Em seu terceiro disco, os
portugueses dos Pontos Negros voltam com mais peso nas guitarras e um pouco
mais de raiva nas letras, depois de “Pequeno Almoço Continental”, de 2010, por
cujos refrões Julian Casablancas daria um braço. Com uma formação que conta com
duas guitarras, bateria e teclados, a banda tem nome inspirado nos White
Stripes, mas nega a inspiração em uma das melhores músicas de 2012, “Senna”,
cuja letra proclama: “Esse mundo quer ser Schumacher/Eu prefiro ser Ayrton
Senna”. Ao longo do álbum, eles ainda cutucam a louvação da melancolia (“Eu +
Eu = Ninguém”), chamam Dom Sebastião de “mandrião”, espelhando o momento
político de Portugal (“Prolongamos o Sonho”) e contam a trágica história de uma
garota que vestia uma t-shirt dos Ramones (“Gabriela”). No final, porém, eles
avisam que “depois da queda vem a ascensão”. Para além do sotaque, “Soba Lobi”
mostra que devíamos prestar mais atenção ao rock feito do outro lado do
Atlântico.
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