31 de out. de 2012

Carly Rae Jepsen, Ben Folds Five

Carly Rae Jepsen - Kiss - 2012

Cinderela do pop de 2012, Carly Rae Jepsen, 26, foi descoberta por acidente pela fada-madrinha Justin Bieber. De férias em sua terra natal, o astro canadense ouvia uma rádio local e se encantou uma canção chamada “Call Me Maybe”. Dias depois, Justin gravou um vídeo dançando a música, que se reproduziu pela web em inúmeros virais. Foi o que bastou para que Carly Rae deixasse de ser uma semidesconhecida para se tornar famosa no mundo todo. Grudento até a medula, sustentado por um arranjo de cordas marcante (como desde “Bittersweet Symphony” ou “A Thousand Miles” não se ouvia), “Call Me Maybe” é o carro-chefe e a melhor faixa de “Kiss”, segundo disco da cantora, todo regravado após o estouro da canção. Além do reforço da internet, o sucesso de “Call Me Maybe” é explicável por seu refrão forte, que retrata uma mudança na dinâmica dos xavecos, pouco retratada até então na música pop: ainda que timidamente (e de maneira conservadora), é a garota quem toma a iniciativa de oferecer seu telefone ao rapaz. Para além do mega hit, “Kiss” é um disco bastante regulamentar para uma cantora pop ‘estreante’. Em pouco mais de 40 minutos (na edição normal: há uma edição deluxe com três faixas bônus e 56 minutos de música), Carly Rae supera um ex-namorado na pista de dança (“Tonight I’m Getting Over You”), não sabe se deve se declarar para um amigo (“Turn Me Up”), farreia muito (“Good Time”) e divide uma balada mela-cueca com o padrinho Justin Bieber (“Beautiful”). De bacana mesmo, vale prestar atenção na divertida prova de carinho de “Guitar String/Wedding Ring”, na qual a cantora sonha usar uma aliança feita com a corda de uma guitarra.

Nota: 5,5

Ben Folds Five - The Sound of the Life of the Mind - 2012

Depois de 13 anos sem gravar um disco completo, o trio norte-americano Ben Folds Five volta à ativa com “The Sound of the Life of the Mind”. Mas que não se engane o ouvinte: apesar da união renovada de Ben Folds (piano e voz), Darren Jessee (bateria) e Robert Sledge (baixo), dos corais inspirados em Beach Boys e do piano empolgado do vocalista, esse é um trabalho para dias de chuva e pessoas melancólicas. Tal noção se torna clara só ao se ler os títulos de canções como “Erase Me” (com condução que remete ao Supertramp) e “Thank You For Breaking My Heart”, por exemplo. As piores porradas, porém, vem de “On Being Frank” (”Eu tinha um sonho / mas os sonhos tinham outros planos pra mim”) e “Away When You Were Here” (”Você podia ter feito meu dia de casamento / Salvo minha juventude / Me ajudado com os meus problemas / Mas você estava longe, mesmo quando estava aqui”). “Do It Anyway”, o primeiro single, contemporiza: “Você pode colocar o seu amor e a sua confiança em jogo / É arriscado, as pessoas adoram destruir isso / Deixe-as tentar”. Entretanto, caro leitor, se a melancolia não for o seu forte, dá pra curtir “The Sound…” sem problemas. É só prestar atenção no domínio vocal de Folds na balançada “Draw a Crowd”, com seu arranjo digno de Jeff Lynne; no baixo distorcido de Sledge, que faz até esquecer a ausência das guitarras na banda; na beleza de “Sky High”, escrita pelo baterista Jessee, e no primeiro single, “Do It Anyway”. Nick Hornby, que escreveu as letras do último disco solo de Folds, “Lonely Avenue”, de 2010, aparece aqui com a bonita faixa-título. Em cerca de 45 minutos, com um disco cheio de canções pop sessentistas, Ben Folds e seus asseclas garantem o resultado numa boa – mas fica a curiosidade se vão levar o jogo para um eventual segundo tempo.

Nota: 8



(publicado originalmente no Scream & Yell)

29 de out. de 2012

Melhor Hambúrguer da Cidade: Toninho & Freitas

Depois que você se apaixona, é difícil voltar à vida de uma maneira normal. Com os hambúrgueres, também é um pouco assim - mas não se pode desistir, não é mesmo? Foi mais ou menos assim que eu fui ao Toninho & Freitas acompanhado do Vinícius Battistini logo após o grande show do Robert Plant em São Paulo. Já havia ido uma vez ao lugar antes, com o Vini e o André Bina, na hora do almoço, mas devo dizer que é melhor visitar a casa à noite, quando sua chapa está mais suja e há menos muvuca , uma vez que durante o dia ela é habitada por muitos estudantes e funcionários do Hospital das Clínicas comendo enormes PFs. 

Autointitulada "o rei dos Beirutes", a casa fica na Av. Dr. Arnaldo, próxima ao metrô Clínicas, e vizinha ao Burdog. Chegando lá após flutuar com o ex-vocalista do Led Zeppelin, pedimos uma porção de batata frita (R$ 17,00) e um X-Maionese (R$ 18,00), acompanhados de uma Coca-Cola.

A batata chegou à mesa bastante quente, mas via-se claramente que ela não era feita pela própria casa (e sim retiradas direto de um pacote congelado de McCain ou similares). Um pouco queimadas além do normal, a porção era grande, mas vinha em pedaços pequenos, como se tivessem sido desmanchados na fritura. Resumindo: não eram ruins, mas o preço caro e os acompanhamentos (a fraca maionese à parte (R$ 2,00) e o adocicado catchup Hemmer) a tornam um ponto baixo do cardápio. 

O X-Maionese, por sua vez, surpreendeu. Primeiro porque, à primeira vista, parece pequeno, mas é um monstro de bastante pegada. Tá, eu explico: é um lanche grande, que merece ser degustado com calma, com destaque para o queijo, entre o derretido e o bem tostado. A carne também é um ponto alto, com um gosto marcante e um hambúrguer de tamanho admirável.

A maionese, no entanto, é o calcanhar de Aquiles do Toninho & Freitas - e o que faz o lanche não ganhar ainda mais posições nessa lista honrosa. Não é que ela seja ruim: assim como a do irmão gêmeo Burdog, ela é espaçosa. Tem muito volume, pouco sabor, e uma consistência oleosa. É como aquela garota que você olha e fala: pode ser ótima, mas não é para mim. Depois que você se apaixona e tenta voltar à vida normal, eventualmente acontece isso - a diferença é que, no caso dos hambúrgueres, é mais fácil você reconquistar o brilho nos olhos ou começar de novo.  

Nota: 3 fatias de bacon

26 de out. de 2012

70 Tons de Milton

Nascido no Rio de Janeiro, mas conhecido mundialmente como um dos maiores representantes das Minas Geraes, Milton Nascimento está completando 70 anos nessa sexta-feira (26). E como o Pergunte ao Pop não pode deixar de registrar a data, resolvemos escolher dez canções lados-B da obra de Milton que merecem o seu destaque para soprar as velhinhas junto com o cantor, que conseguiu também a melhor definição sobre sua música.

"Sempre me perguntaram que tipo de música eu faço, nunca soube explicar. Certa vez fui convidado para um festival de jazz na Dinamarca. Quando cheguei lá, o cartaz da noite dizia: ‘Miles Davis - jazz’, ‘Fulano de tal - rythym and blues’, ‘Milton Nascimento - Milton’. Foi a melhor definição."

As dez canções a seguir não esgotam a obra de Milton - nem são suas melhores músicas. Entretanto, todas elas mostram um lado importante do artista, seja como compositor ou como intérprete, que é complementar ao Milton de hits como "Maria Maria" e "Coração de Estudante". Bora por o pé nessa estrada?

Mil Tons by Bruno Capelas on Grooveshark


25 de out. de 2012

Robert Plant em São Paulo


À medida que as décadas passam, é comum ver artistas pop de renome dividirem suas apresentações em dois tipos de experiência. Há o grupo de músicos que fazem tudo o que o público quer – algo que pode gerar tanto um espetáculo alucinante, como um show de Paul McCartney, quanto um exercício sobre o tédio, no caso de uma banda como o Deep Purple. E existem aqueles rockstars que parecem se negar a fazer tudo exatamente dentro do combinado, uma escolha que pode tanto levar uma platéia ao êxtase quando decepcioná-la profundamente – como Bob Dylan. Quando Robert Plant, o ex-vocalista do Led Zeppelin, subiu ao palco do Espaço das Américas, em São Paulo, nessa segunda-feira (22), foi fácil perceber que ele é um exemplar – cada vez mais raro – do segundo grupo.

Acompanhado de sua nova banda, a Sensational Space Shifters, Plant fez um show que é coerente com sua idade e seu espaço na música pop atual. Há 33 anos, ele era parte de uma das maiores bandas de todos os tempos, uma rara combinação de energia contagiante que estava sempre prestes a explodir – e de fato explodia –, um amálgama de quatro músicos que poucas vezes será visto de novo no mundo. Mas as coisas mudaram: a voz de Plant não é mais a mesma, nem ele tem mais a mesma vitalidade de quando era a cara da Wanderléa – e, a se julgar pela apresentação em São Paulo, o homem das madeixas loiras sabe muito bem disso.

Na última segunda-feira, vi um dos shows mais bonitos que passaram pelo Brasil em 2012 - e acabei escrevendo sobre ele (e também sobre envelhecer com dignidade na música pop) para o Scream & Yell. O resto do texto você confere lá

21 de out. de 2012

10 impressões sobre o Planeta Terra 2012

Expectativa é um negócio que mexe com a gente como o diabo. Se essa frase vale muito para a vida, vale mais ainda para esse tipo de reunião entre seres humanos chamada festival de música pop. Um exemplo: no semestre passado, empolgadíssimo com o Lollapalooza, acabei por razoavelmente me decepcionar com o resultado. Por outro lado, com o Planeta Terra 2012, minha maior esperança era ver um show bacana do Suede, uma banda que, confesso, nunca tinha escutado até dois meses atrás. E, pra variar, acabei me surpreendendo com o festival. Nas próximas linhas, tento contar em 10 textos rápidos o que rolou ontem, no Jockey Club de São Paulo. 

19 de out. de 2012

As Vantagens de Ser Invisível


Toda vez que uma adaptação cinematográfica é anunciada, é de praxe que os fãs do livro original torçam o nariz, esperando o pior da versão para as telonas - especialmente se o roteiro é comprado por um grande estúdio de Hollywood. Felizmente, esse não é o caso de "As Vantagens de Ser Invisível" , romance que fez a cabeça dos jovens norte-americanos no final dos anos 1990, escrito por Stephen Chbosky aos 28 anos de idade.

Agora, aos 42, Chbosky assina o roteiro e a direção da versão para as telas de sua história, que estreia ao Brasil nesta sexta-feira (19), com Logan Lerman (“Percy Jackson e o Ladrão de Raios”) e Emma Watson (“Harry Potter”) nos papeis principais.

Narrado em primeira pessoa por Charlie (Logan Lerman), um garoto solitário que está prestes a entrar no Ensino Médio, “As Vantagens de Ser Invisível” é ambientado no começo da década de 1990, quando as pessoas trocam fitas cassete com suas músicas favoritas e podiam reclamar de não ter nada de bom para ver na TV... 

Resenhei pro iG Jovem nessa semana um dos meus filmes favoritos do ano, o indie-fofo-heartbreaker As Vantagens de Ser Invisível. Recomendo fortemente que você vá até o cinema mais próximo e veja - se não for pra rir, talvez para chorar com a cena em que o trio de protagonistas anda de carro em um túnel ao som de "Heroes", do David Bowie. O resto da resenha tá lá no iG Jovem - mas é bem provável que eu ainda fale mais sobre esse filme por aqui, que tem chances sinceras de ser o Clube dos Cinco da geração Y. 

17 de out. de 2012

Melhor Hambúrguer da Cidade: Hamburgueria do Sujinho


Ao longo desses últimos meses comendo hambúrgueres e contando para vocês o que achei deles, posso dizer que aprendi algumas coisas sobre a vida. Uma delas é: você pode passar semanas a fio tentando encontrar aquele lanche especial que te fará sorrir por dias e dias e não conseguir., Mas, quando você menos esperar, esse sanduíche pode aparecer na sua frente como uma "promessa de felicidade", como diria Stendhal (citado aqui via Alain de Botton, em A Arquitetura da Felicidade). 

Exageros e metáforas à parte, foi mais ou menos isso o que aconteceu comigo no último sábado, quando o Marcelo Costa convidou a mim e às queridas Cristal Muniz e Polly Sjobon pra irmos à Hamburgueria do Sujinho (que é muito limpinha, por sinal), na rua da Consolação, após o bom show do Wado na Funarte. Antes de falarmos do lanche, dois avisos: fui recebido com um "Pode ser Pepsi" ao pedir uma Coca-Cola; e a casa não aceita cartões de crédito, então vá até lá munido de papel-moeda, aquela coisa colorida que parece quase antiquada nos dias de hoje. (ironic mode off). 

Enquanto esperávamos a chegada do Tiago Agostini, pedimos uma porção de batatas fritas tradicionais (R$ 15,00), que vieram acompanhadas de maionese e molho rosé. 

Apesar de muito bem servidas, as batatas acabaram rápido por três motivos básicos: a) logo de cara, dava para perceber que elas eram feitas pela própria casa, e não simplesmente retiradas do congelador direto pro óleo quente; b) pela excelente maionese (falo mais dela daqui a pouco); c) pela fome absurda que estávamos. O molho rosé, entretanto, é bem dispensável (tanto que, assim que o Agostini chegou, pedimos outra porção de fritas acompanhada apenas de dois potinhos de maionese). 

Assim como o The Fifties, a Lanchonete D'Sampa e o Frevinho, a Hamburgueria do Sujinho é uma daquelas casas que tem alguns lanches já montados pelo próprio estabelecimento, mas na qual vale mais a pena você escolher os ingredientes que quer no seu próprio sanduíche. Optei por um X-Maionese, com hambúrguer júnior (90g de carne) no lugar de um clássico (160g), que saiu por cerca de uns 12 reais. Como eu venho pregando há algum tempo nesta coluna, em matéria de hambúrgueres, menos é mais. 

E no caso da Hamburgueria do Sujinho, MUITO MAIS. Senhores, devo-lhes dizer que o mundo é bom e a felicidade até pode existir depois desse X-Maionese, que parece pequeno mas satisfaz. A maionese, embora seja pouca no lanche, é temperada com bastante salsinha e está naquele ponto exato de deixar a gente com água na boca (como a do Hamburguinho, lanche do qual quero falar o mais rápido possível aqui). O pão vem bem tostadinho, e o queijo, derretido na medida. Mas o ponto alto mesmo do lanche é a carne. Pedida ao ponto, ela chegou da chapa tostada por fora e vermelhinha por dentro. E foi paixão (correspondida) à primeira mordida. Pelo preço, pela maionese e pelo amor, soem as trombetas: temos um novo campeão. 

Nota: 4,8 fatias de bacon

1 - X-Maionese, Hamburgueria do Sujinho - Consolação (4,8)

14 de out. de 2012

Entrevista S&Y: Garbage


No começo da semana passada, bati um papo rápido por telefone com o Duke Erikson, guitarrista do Garbage. Aos 61 anos de idade (mas se sentindo como um jovem de 21 empunhando sua guitarra), ele e sua banda vêm pela primeira vez ao Brasil para se apresentar no Planeta Terra Festival, no sábado (20), no Jóquei Clube de São Paulo. Falamos sobre "Not Your Kind of People", disco lançado em março pelo Garbage após um hiato de sete anos, a turnê pelo Brasil e a estranheza pop de suas canções. 

Além disso, Duke falou sobre o revival dos anos 1990 ("Não me sinto incluído nele") e botou fé no renascimento do rock: "Nesse exato momento tem alguém fazendo barulho em uma garagem, e logo logo esses caras vão colocar o mundo de ponta-cabeça de novo". O resto você confere lá no Scream & Yell.

7 de out. de 2012

Entrevista: SILVA

No final de agosto, conversei com o cantor Lúcio Silva, mais conhecido como SILVA, para o iG Jovem. Falarmos sobre a carreira dele até aquele momento e o disco que ele está lançando agora em outubro, Claridão. Feito na casa do cantor, o álbum contará com 12 faixas, sendo 7 delas inéditas, com produção e distribuição do Slap, selo da gravadora Som Livre dedicado a novos (e na maior parte das vezes, interessantes) artistas. 

Só para ter uma ideia, o Slap também foi responsável por Feito pra acabar, do Marcelo Jeneci, e Anormal, do Jonas Sá, um disco que pouca gente ouviu, mas que merece muita atenção por seus refrões pop bem gostosos. Mas voltemos ao SILVA: descobri o som dele há pouco tempo, depois que amigos insistiram bastante para que eu prestasse atenção no EP que o cara lançou no ano passado.



E bastaram poucas audições para que eu me apaixonasse pelas letras do cara e pelas incríveis texturas sonoras que ele usa em suas canções, misturando sintetizadores e baterias eletrônicas com arranjos de cordas e sua voz, econômica, mas muito bem postada com a mensagem que quer passar. E preste atenção em “Imergir”, uma das mais bonitas canções de desamor escritas no Brasil nos últimos, sei lá, cinco anos. 

O que publico aqui – e espero que vocês leiam - é uma versão sem cortes do que conversamos por telefone, numa ligação São Paulo-Vitória, em uma tarde modorrenta de calor por aqui. Com a palavra, SILVA. 

1 de out. de 2012

Melhor Hambúrguer da Cidade: Burdog


Indicado por muitos leitores do Melhor Hambúrguer da Cidade como um potencial candidato ao troféu desta seção, o Burdog fica numa esquina da Av. Dr. Arnaldo, pertinho do metrô Clínicas. Resolvi acabar com a expectativa e bati ponto lá na semana passada, acompanhado do grande Vinícius Olmos Battistini depois de um dia bastante cansativo na redação. 

Criada em 1975, a casa dá a sensação de ter parado no tempo - mas do jeito errado, em algum canto do meio dos anos 80. De saída, pedimos uma porção de batatas fritas (e maionese à parte), que saiu por R$ 13,90. Apesar de bem servida, a porção nos frustrou quando percebemos que não se tratava de mais do que um punhado de batatas McCain (leia-se: batata frita congelada disponível em qualquer supermercado, caro leitor) jogadas diretamente em muito óleo quente. 

Na sequência, o venerável Vini pediu um X-Bacon Salada (R$22,20), enquanto eu fui no tradicional X-Bacon Maionese (R$ 21,65). Faço questão de deixar os preços anotados porque eles são determinantes para a nota deste lanche. Explico: ao chegar no Burdog, pensei que ia conhecer lá um pastor alemão, um husky siberiano ou um são bernardo de estirpe, mas senti que estava sendo tratado com um poodle ou um chihuahua. (Nota: se fosse um vira-lata, como o sanduba da Lanchonete D'Sampa, seria legal)

Apesar de grande, o X-Bacon Maionese do Burdog é medíocre. O bacon é bom, mas poderia estar menos tostado, enquanto a maionese é espaçosa (daquelas que vem bastante e não fazem diferença nenhuma a não ser lambuzar os dedos) e sem tempero. A carne poderia ter vindo mais salgada, e o lanche, mais bem montado (suei para não me sujar vergonhosamente, como se um carinhoso buldogue tivesse aparecido para me importunar durante o lanche). É um lanche que talvez até merecia mais, mas pelo preço alto não vale a pena. Mesmo. 

A sensação que fica é que a casa já viveu dias melhores - especialmente porque cobra alto pelo que oferece. Da próxima vez, vou ao Toninho Freitas, vizinho do Burdog, também muito bem recomendado pelos amigos. Será que me decepcionarei? Vocês saberão em breve, aqui no Melhor Hambúrguer da Cidade. 

Nota: 2,5 fatias de bacon

Ranking MHC Pergunte ao Pop:

1 - Bombom Black, Lanchonete da Cidade - Itaim (4,5) 
2 - X-Bacon Maionese, Lanchonete D'Sampa - Brooklyn (4) 
3 - X-Bacon Maionese, Rock & Burger - Galeria do Rock (3,5) 
3 - X-Maionese Cebola Frita, Frevo - Augusta (3,5)
3 - X-Bacon Maionese, Lanchonete do Seu Oswaldo - Ipiranga (3,5)
6 - X-Bacon Maionese, The Fifties - Itaim (3) 
6 - X-Salada, Lanchonete do Seu Oswaldo - Ipiranga (3)
8 - X-Bacon Maionese, Burdog - Clínicas (2,5)
8 - Barbecue Burger, America - São Caetano (2,5)
8 - Maracanã Burguer, Cervejaria Nacional - Pinheiros (2,5)
11 - Gran Burger BBQ, General Prime Burger - Itaim (2)
12 - #1, The Rockets - Jardim Paulista (1,5)