Ver um artista repetidas vezes em um curto espaço de tempo pode ser uma receita boa para entendê-lo melhor - e captar as nuances de suas apresentações. Na noite dessa sexta-feira, fui ao SESC Santo André conferir um show de Marcelo Jeneci pela terceira vez em pouco mais de seis meses - uma em dezembro, no SESC Ipiranga; a outra, no SESC Belenzinho, dedicada a Roberto Carlos. O resultado? Foi mais uma vez uma apresentação incrível, feita pra não acabar, na qual o lirismo pop das canções de Jeneci se cruza com a força das arestas soltas dos arranjos ao vivo, deixando a plateia atônita e impressionada.
O repertório foi praticamente o mesmo do show do SESC Ipiranga, em dezembro, com direito ao mesmo encerramento (a animada "Show de Estrelas"). A diferença esteve na presença de mais canções de Roberto - "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo" e o lado-B "O Astronauta", cantada com intensidade afinadíssima por Laura Lavieri - e no sumiço de "Longe", uma das baladas mais celebradas de Jeneci (e sucesso nas rádios populares do Brasil afora na voz de Leonardo).
No que diz respeito aos arranjos, entretanto, as coisas parecem ter mudado um pouco. É claro que, na sua essência, eles mantém suas características principais, mas nos últimos tempos, as canções têm sido mais trabalhadas - especialmente nos climas criados pela bateria de Richard Ribeiro - e têm dado mais abertura para os solos.
Em pelo menos três ou quatro grandes momentos do show - "Por Que Nós?", "Tempestade Emocional", "Dar-te-Ei", para citar algumas - Jeneci (no teclado e na sanfona) e o guitarrista João Erbetta enveredavam por longas viagens instrumentais, quase progressivas. É algo que definitivamente não se vê no pop nacional - e do que Marcelo pode se beneficiar, acentuando ainda mais a veia guilhermearântíca de sua música.
Em pelo menos três ou quatro grandes momentos do show - "Por Que Nós?", "Tempestade Emocional", "Dar-te-Ei", para citar algumas - Jeneci (no teclado e na sanfona) e o guitarrista João Erbetta enveredavam por longas viagens instrumentais, quase progressivas. É algo que definitivamente não se vê no pop nacional - e do que Marcelo pode se beneficiar, acentuando ainda mais a veia guilhermearântíca de sua música.
No bis, Jeneci mostrou aos presentes a primeira canção da qual fez música e letra - o hit de Vanessa da Mata, "Amado", ovacionada pela plateia - e uma música nova, ainda sem título, que deve estar em seu segundo disco ("a ser gravado em breve"). Ali, no calor da hora, a inédita me lembrou muito Antonio Marcos - aquele mesmo que era casado com a Vanusa e escreveu "O Homem de Nazareth" e "Como Vai Você". Confira abaixo!
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