31 de mar. de 2014

7 Shows Para Ver no Lolla '14

Não há como negar, mesmo com todas as atrações ruins que tem pela frente: o Lollapalooza, que rola nesse fim de semana, é um dos momentos que eu mais tô esperando nesse primeiro semestre. Primeiro, pela tradicional reunião de amigos de todas as partes do Brasil, em botecagens pré e pós-festival, mas também dividindo filas, chuvas e refrões durante os shows. Segundo, porque, apesar do que Vandré disse ("a vida não se resume a festivais"), sempre é muito bacana juntar um monte de gente fina, elegante e sincera (e outros nem tanto) pra ver uma meia dúzia de shows bons e falar mal dos shows ruins. 

Terceiro, e não menos importante... os shows. E é deles que eu falo aqui neste texto: batuquei com a cabeça e achei que valia a pena escrever sobre os shows que eu mais tô esperando pra ver no Autódromo de Interlagos. Escolhi sete, tanto pelo número cabalístico quanto pelo conforto ideal de não ficar se atropelando. Vamos a eles. 


Sábado



13h10: SILVA
O que: fofopop com teclados pós-los hermânicos, embora esta última definição seja afetada pela recente aproximação de SILVA ao bloco "vazio tropical" (momo, Wado e Cícero, os três recentemente muito apadrinhados por Marcelo Camelo). Quando foge da chatice, o rapaz acerta em cheio em arranjos que beiram as pepitas pop de Guilherme Arantes ou a sofreguidão de James Blake. 
Por quê?: vi só uma vez, em 2012, em lugar aberto e formação solo, e o saldo não foi bom, mas merece repeteco com o novo disco, cheio de saxofones saídos dos anos 80. é a hora de saber se a estrela desse SILVA brilha - especialmente, tocando com sol a pino. 


18h30: Lorde
O que: revelação teen de 2013 (assim como foi carly rae jepsen em 2012), Lorde chamou a atenção por um hino anti-hype e anti-hipster (prontamente convertido pela causa, obviamente), "Royals". além do primeiro disco (que repete mais ou menos 11 vezes a fórmula do hit, tocado até por bruce springsteen), a garota tem feito covers espertíssimos de tears for fears, replacements e james blake. 
Por quê?: porque flagra uma artista em ascensão no momento certo - mais um sinal de que sim, nós temos bananas e estamos no mercado de shows mundiais. porque fico curioso para saber como uma música econômica mas forte como "royals" pode soar ao vivo. e porque não dá para perder uma guria que nasceu depois da morte do Senna fazendo cover de Replacements ("Swinging Party" tem rolado nos últimos shows, mas não apareceu no setlist do Lolla Chile. faça figas).
Veja também: Como será o show da Lorde no Lollapalooza? - por Vinicius Felix (o Bracin).

Domingo


12h15: Apanhador Só
O que: guitarras raivosas + noise + barulhos de sucata + letras românticas certeiras (1º disco) ou desesperançadas e sociais (2º disco) fazem da apanhador só uma das três melhores bandas nacionais de sua geração. se você segue o pergunte ao pop há algum tempo, sabe que "antes que tu conte outra" e "apanhador só" foram os melhores discos de seus anos de lançamento (2013 e 2010, respectivamente), e que os shows da banda costumam ser imperdíveis. 
Por quê?: é o segundo show dos gaúchos em são paulo, depois de lotar um teatro com 3 mil pessoas em porto alegre. na estreia de "antes que tu conte outra" na capital paulista, o show foi morno, mas três meses depois, no cine joia, a banda combinou punch e grandes refrões no melhor espetáculo nacional visto por este blog em 2013. fica a curiosidade para saber se o sol (ou a chuva, vai saber), o público com ressaca do dia anterior e o horário matutino serão empecilhos para que a banda mostre a que veio. (além disso, periga ser o único show nacional capaz de entrar no top 5 do festival).
Veja também: Apanhador Só ao vivo em São Paulo (em julho) - por Marcelo Costa


14h20: Johnny Marr
O que: guitarrista dos smiths. e do modest mouse. e com uma carreira solo respeitável. se você não sabe do que eu tô falando, volte três casas e vá para a primeira loja de discos mais próxima da sua casa para comprar um best of dos smiths. 
Por quê?: sempre fico meio assim com o efeito carreira solo + velharia, mas johnny marr tem muito crédito - especialmente depois do show morno que morrissey fez no Brasil em 2012 (repertório OK, mas banda ruim e vídeos gigantes em "meat is murder" não ajudam). seu disco de 2013, "the messenger" é bem bacana, e o senhor não faz feio cantando. além disso, tem covers dos smiths ("Bigmouth", "How Soon is Now?" e "There is a Light...") para afinar a nostalgia e ir em frente. deixe a cota caça-níqueis do dia para outras paragens. 


16h30: Vampire Weekend
O que: "Micareta Indie" + o que acontece quando o Paul Simon de "Graceland" tem um filho com o Paul Simon de "Cecilia" + malditos hipsters do Brooklyn que eu gosto. donos de hits certeiros ("diane young", "a-punk", "cape cod kwassa kwassa") e de bonitas baladas ("hannah hunt" <3)
Por quê?: tem tudo para ser um dos grandes shows do lolla, embalados por um disco bem bacanudo (modern vampires of the city) e por uma turnê bem interessante, que resgata muita coisa do bom primeiro disco e só lembra o segundo por alguns instantes ("horchata", por exemplo). começa a 220 volts e termina com as grandes baladas, mais ou menos 20 faixas em uma hora de show. fica aqui a grande dúvida: perder o final do vampire weekend ou o começo dos...
Veja também: Como será o show do Vampire Weekend no Lollapalooza? - por Vinicius Felix (o Bracin).

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17h35: Pixies
O que: seminal banda do rock independente dos anos 80 para os 90, em sua segunda reunião após o fim, dessa vez sem a baixista (e gracinha) original, Kim Deal. Mais informações no especial pergunte ao pop com as 25 melhores músicas da banda. 
Por quê?: porque pode ser incrível ou uma decepção. o setlist é foderoso (mais de 30 músicas, quase todos os clássicos, porrada atrás de porrada de todas as fases da banda), mas... e a kim deal (e "gigantic")? em 2010, no SWU, o show foi ótimo, mas 70% disso graças a uma animadíssima kim deal. frank black, naquele show, ganhou o título de "único rockstar de moletom possível". ainda que a banda pareça bem solta em suas últimas apresentações, sempre é uma dúvida. vale a aposta.
Veja também: Entrevista com David Lovering - por João Vitor Medeiros (o Indie da Deprê)


20h30: Arcade Fire
O que: uma das bandas mais aclamadas pela crítica nos últimos dez anos, dona de um disco impecável ("funeral", de 2004) e três irregulares. o último, "reflektor", saiu no ano passado e tem uma grande canção (a faixa-título, com participação de david bowie), mas tem audições emperradas em estúdio por apostar muito em ritmos dançantes. 
Por quê?: os amigos que já viram dizem que é incrível. potencial, a banda tem de sobra (especialmente nos poderosos momentos de funeral, como wake up, rebellion (lies) e as duas "neighborhood"). falta saber se o miolo do show convence - e se o que é dançante-tétrico no estúdio vira poder no meio do autódromo de interlagos. 

Na rabeira:
Anos 90 são o meu fraco - de maneira que eu passei batidaaaaaaço pelo Soundgarden até aqui na minha vida. E também pelo Nine Inch Nails e pelo New Order. Desses três, fico muito curioso pelo Nine Inch Nails, e tentarei ver pelo menos um pedaço do Soungarden. Pago pra ver o que Julian 'Gordo' Casablancas vai aprontar dessa vez. E ainda considero se vou embora mais cedo no sábado para comer um hambúrguer e descansar ou me aventuro a ver o Disclosure. Por falar em hambúrguer, parece que dessa vez vai ter comida boa no Lolla. Quem sabe até rola um #melhorhambúrguerdacidade. 

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