28 de ago. de 2014

Crianças Conectadas

Aos 9 anos de idade, Gabriel passa os finais de semana jogando ‘Minecraft’ enquanto conversa com seus amigos pelo Skype em chamadas de voz, “porque parar o jogo para digitar não daria certo”. Com 10 anos de idade, Emília conversa com as amigas no Facebook enquanto vê um filme pela Netflix. Também com 10 anos, Gustavo joga games de futebol pela internet a tarde toda com pessoas de diversas partes do mundo ou assiste a vídeos sobre jogos no YouTube, enquanto planeja criar seu próprio canal de vídeos para ganhar dinheiro.

Os três, assim como milhões de jovens no País, fazem parte de uma geração que já nasceu conectada e que usa cada vez mais plataformas para jogar e interagir com seus amigos. Segundo a pesquisa TIC Kids Online 2013, divulgada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) em julho, 79% dos jovens conectados à web entre 9 e 17 anos no Brasil estão em alguma rede social; em 2012, eram 70%.

Pelas suas atividades online, Gabriel, Emília e Gustavo, porém, podem ser considerados clandestinos digitais. Isso porque a maioria dos serviços que utilizam – incluindo redes de jogos como Minecraft e League of Legends – não são permitidos para menores de 13, 16 ou 18 anos, de acordo com suas condições de uso.

Apesar de serem parte da 'geração digital', muitas crianças e adolescentes vivem conectados como verdadeiros foras da lei, infringindo termos e condições de uso de diversos serviços. Em mais uma matéria para o Link, tentei mostrar como os pequenos são um desafio para pais, professores e para as empresas de tecnologia, seja na parte educacional ou até mesmo cuidando de sua privacidade. Na mesma edição, ainda bati um papo bacana com a professora Mimi Ito, uma das principais pesquisadoras da relação entre crianças e internet no mundo. "Eu nunca adicionaria meus filhos no Facebook", me disse ela. 

25 de ago. de 2014

Dom Dom Dom - O Resto é Ruído #50

Minha última edição do O Resto é Ruído Podcast pelos próximos meses foi também uma retrospectiva bacana de tudo que o Elson Barbosa e o Fernando Augusto "Floga-se" Lopes fizeram ao longo desses dois últimos anos de podcast, com ajuda minha, da Amanda Mont'Alvão, do Lucas Lippaus, do Felipe Albuquerque, do Marcelo Costa, do João Vítor Medeiros e de um sem-número de convidados especiais. 

Além das memórias, e de uma discussão boa sobre "para que serve fazer um podcast", deixo com vocês uma defesa apaixonada (e tendenciosa, depende do seu lado)  sobre o jornalismo e uma pensata sobre o funk contemporâneo a partir da voz de MC Pedrinho e MC Livinho, os responsáveis por uma das grandes canções de 2014: "Dom Dom Dom". Ouve aí. 

 

20 de ago. de 2014

Concurso da Deezer



Uma crítica recorrente aos serviços de streaming de música – já feita por nomes como Thom Yorke (Radiohead) e David Byrne (Talking Heads) – é a de que eles não promovem a descoberta de novos artistas, lucrando apenas com o mais do mesmo e os “40 sucessos mais populares”. Pensando em criar uma janela para novos artistas exporem seu trabalho, o serviço francês Deezer, em parceria com a Associação Brasileira de Música Independente, resolveu criar um prêmio para revelar novos nomes da música brasileira.

“Muita música muito boa é produzida no Brasil, e tem dificuldade de alcançar mais público. Queremos ajudar a descoberta de talentos do País”, diz Henrique Leite, idealizador do prêmio Deezer ABMI de Novos Talentos, que será dividido em duas fases. Na primeira, os artistas se inscrevem e incluem suas músicas na plataforma, através de agregadoras de conteúdo como a CDBaby e a ONErpm.

Após a inscrição, um corpo de 25 jurados, distribuídos pelas cinco regiões do País, escolhe um finalista entre os inscritos para a segunda etapa, de onde sairão dois vencedores: um escolhido pelo público, e outro por um júri especializado, avaliando critérios como criatividade, talento artístico e profissionalismo. Entre os jurados, nomes como os de Felipe Cordeiro, Chico César, Bruno Kayapy (Macaco Bong) e Rodrigo Gorky (Bonde do Rolê).

Pautinha bacana sobre música dentro do Link - especialmente pelo papo massa com o Felipe Cordeiro e o Rodrigo Gorky. Tenho lá minhas ressalvas se vai funcionar essa história de ~revelar novos talentos~, mas é uma janela a mais, sempre. Bora ver qual é? 

19 de ago. de 2014

Pais Solteiros - O Resto é Ruído #49

Bela edição do O Resto é Ruído Podcast com a participação da banda paulistana Single Parents, que, além de fazer um som calcado nos 90, ainda tem trazido nomes bacanas ao País para turnês — como é o caso do pessoal do Sebadoh, do mestre Lou Barlow. Nessa edição, além da conversa com a banda, também descemos o cacete no festival da Converse Rubber Tracks (que trouxe o Dinosaur <3 Jr. ao país) e eu toquei B. Fachada, com seu novo disco de verão... B Fachada. A canção é "Dá mais música à bófia". 



18 de ago. de 2014

Um Museu de Videogames

No lugar de quadros e esculturas, um acervo com mais de 200 consoles e 6 mil jogos, com possibilidade dos visitantes não só contemplarem como também botarem a mão no controle para experienciar diferentes games. É essa a ideia por trás do Museu do Videogame Itinerante, a primeira instituição dedicada aos jogos eletrônicos cadastrada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), criada pelo jornalista Cleidson Lima, de Campo Grande (MS).

Cleidson, que tem 42 anos, começou a jogar games na época do Atari, e se tornou um colecionador há oito anos. “Comecei como uma brincadeira, ganhava consoles antigos que iam para o lixo, e quando percebi, tinha mais de 70 videogames. O sonho da minha esposa era jogar tudo fora”, brinca ele, que criou o Museu do Videogame Itinerante em 2009. Desde 2011, mais de 450 mil pessoas já viram o acervo do museu, em exposições abertas ao público em shoppings de Campo Grande.

Agora, com o status reconhecido pelo Ibram, Cleidson quer rodar o Brasil, com passagens programadas já para Brasília , Recife, Porto Alegre, Fortaleza e Belo Horizonte, e negocia com três shoppings de São Paulo para 2015. “Preferi ter um museu que rode o País do que ficar preso a turistas ocasionais em Campo Grande. Quero que as pessoas entendam a caminhada de quatro décadas da história dos videogames”, explica o jornalista, que guarda em sua casa o acervo do Museu, que conta com peças como o primeiro videogame do mundo, o Magnavox Odyssey, de 1972.

Uma das iniciativas mais bacanas do mundo dos games brasileiro nos últimos anos, o Museu do Videogame Itinerante deve vir a SP em 2015 e foi motivo de uma matéria minha no Que Mario, o blog de games do Link. Dá uma olhada lá - e aproveite para começar a contagem regressiva. Quem topa me desafiar no Pong? 

9 de ago. de 2014

Valiant Hearts: Uma Aula de História e Humanidade



O ano é 1914. O cenário é a Europa da Primeira Guerra Mundial. Só essas duas informações já parecem o bastante para enfileirar qualquer game na prateleira de “jogos de guerra”, com tiros, batalhas e muito sangue, naquele espírito clássico de “arma na mão e bora sair matando gente por aí”. Felizmente, entretanto, esse não é o caso de Valiant Hearts: The Great War, um dos principais (e mais tocantes) lançamentos da produtora francesa Ubisoft neste 2014, que chegou ao Brasil no final de junho para PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One e PCs.

No lugar de muitos tiros, Valiant Hearts oferece ao jogador a oportunidade de uma ótima aula de história , através da trajetória de cinco personagens (quatro humanos e um cachorrinho simpático). Para eles, a grande vitória não é superar o batalhão inimigo, mas se manter vivo ao longo dos quatro anos de uma guerra que matou 16 milhões de pessoas (e deixou outras 20 milhões feridas), opondo irmãos, primos e familiares. É o caso do jovem alemão Karl e do velho fazendeiro francês Emile, seu sogro, dois dos principais personagens da trama, colocados como rivais nas trincheiras.

Gastei alguns caraminguás escrevendo esse texto sobre Valiant Hearts, uma produção da Ubisoft que, apesar de pequena, conquista pelo charme e pela força com que mostra a estupidez de todas as guerras. É um dos meus jogos favoritos do ano até aqui - e tem tudo para te conquistar também. Falo mais sobre ele lá no Que Mario?, o blog de games do Link, e um dos projetos que têm tomado meu tempo (mas me empolgado cada vez mais). Bora lá? 

4 de ago. de 2014

A Vida de Um Atleta dos Mouses e Teclados

Para os milhões de jogadores e fãs que League of Legends (LoL) tem no Brasil, o jogo pode ser apenas mais uma diversão. Para Pedro Luís Marcari, Daniel Drummond, Thiago Sartori, Daniel Silva e Gustavo Alves, a brincadeira é coisa séria. Com idades entre 17 e 24 anos, os garotos ganham a vida como atletas profissionais. Juntos, sob os “nicknames” (apelidos que os identificam dentro do mundo de LoL) Lep, Danagorn, TinOwns, Dans e Minerva, eles formam o time do KaBuM e-Sports, atual campeão brasileiro do jogo criado pela Riot Games.

No último dia 26, diante de um público pagante de 6 mil pessoas (e outros 116 mil espectadores via internet), eles venceram a final do Circuito Brasileiro de League of Legends, disputada no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Além da vitória e do prêmio de R$ 55 mil, os rapazes da equipe ainda conquistaram o direito de disputar uma vaga na elite mundial do esporte eletrônico. No fim do mês, vão a Seattle (EUA) competir por uma das 16 vagas no campeonato mundial, cuja final será disputada em outubro, no Sangam Stadium, estádio de Seul que foi sede da abertura da Copa do Mundo de 2002.

Na semana passada, fiz uma verdadeira imersão no mundo dos eSports para produzir um especial de duas páginas para a edição de papel do Link, tentando entender o crescimento dos esportes eletrônicos e mostrar isso para o nosso-querido-leitor. Entre os destaques da edição (que conta com uma matéria falando com gente do mercado sobre patrocínios e explicando que essa é uma história que nasceu no final dos anos 1990), passei um dia inteiro em Limeira entrevistando os campeões brasileiros de League of Legends, fazendo um perfil desses guris que ganham a vida jogando e moram numa versão gamer da Granja Comary (risos). O resultado você confere lá no Estadão.