25 de mar. de 2015

Dois Irmãos (ao quadrado)

Eles podem não ser os gêmeos mais famosos do mundo dos quadrinhos (“Super gêmeos, ativar!”), mas os irmãos paulistanos Gabriel Bá e Fábio Moon estão bem perto disso. Depois de alcançar o sucesso internacional com Daytripper, série limitada de dez volumes lançada em 2010 pela Vertigo, a dupla está de volta às livrarias com um novo projeto. Trata-se de Dois Irmãos, uma adaptação do romance homônimo escrito por Milton Hatoum e lançado em 2010. A graphic novel chega às lojas por R$ 39,90, editado pela Quadrinhos na Cia., selo da Companhia das Letras dedicado aos balõezinhos. 

“É retrato de um Brasil que para muita gente é exótico, com um povo de modo de vida diferente de quem mora em São Paulo, no Rio ou na Bahia”, diz Fábio Moon sobre o livro, em entrevista ao IGN Brasil. Dois Irmãos conta a história dos gêmeos Omar e Yaqub, descendentes de libaneses, e que se odeiam amargamente ao longo da vida. 

Nomes à parte na cena de quadrinhos brasileira, os irmãos Bá e Moon já tinham captado a minha atenção com as boas tiras do 10 Pãezinhos, e mais ainda com o grande Daytripper, lançado pela Vertigo lá fora. Agora, eles voltam com o lindaço Dois Irmãos -- e eu bati um papo com eles para o IGN Brasil. Chega mais. 

23 de mar. de 2015

Cidade das Águas

Uma expedição para conhecer os rios subterrâneos de São Paulo parte da Catedral da Sé rumo a Santo Amaro. Pode ser um roteiro turístico para mochileiros alternativos, mas trata-se de “Cidade das Águas”, HQ escrita por Olavo Rocha (também vocalista e letrista dos Lestics) e desenhada por Guilherme Caldas. Lançada em janeiro de 2015, pela editora HQ Pólen, a graphic novel baseada numa peça de teatro (“Origem-Destino”, da Companhia Auto-Retrato) discute um dos temas mais presentes nas manchetes dos jornais neste ano que corre: água.

“O que a gente quis colocar em discussão no ‘Cidade das Águas’ foi a escolha de um modelo de desenvolvimento de São Paulo e a forma desastrosa como a cidade lida com seus recursos hídricos”, diz Rocha, em entrevista por e-mail ao Scream & Yell.

Parceiro e um dos melhores letristas do país em atividade, Olavo Rocha também faz bonito nos quadrinhos. Bati um papo com ele no começo do ano sobre o Cidade das Águas, HQ que ele lançou em parceria com o Guilherme Caldas. O resultado tá, claro, no Scream & Yell

18 de mar. de 2015

ESPECIAL: As 25 melhores músicas do Led Zeppelin



Toda vez que assisto Alta Fidelidade, sinto que eu e Rob Fleming somos mais do que potenciais amigos. Somos talvez, sangue do mesmo sangue, pela vontade de fazer listas musicais. Uma das minhas favoritas, além de imaginar o festival dos sonhos, é pensar na banda dos sonhos, juntando os melhores instrumentistas e compositores da história em uma só formação. É uma lista que varia de dia para dia, mas invariavelmente, ela acaba se tornando o Led Zeppelin: afinal, quem pode negar que cada um dos quatro de seus membros (Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham) seja um dos maiores mestres de seus respectivos instrumentos? 

Mais do que grandes músicos, porém, os quatro eram capazes de uma energia irradiante em estúdios (graças, em boa parte, à alquimia na mesa de mixagem feita por Page) e nos palcos, sendo uma das melhores definições do que é o rock'n roll. (Não à toa, uma das canções melhor citadas nessa lista leva o nome do gênero). Juntos, eles eram quatro gênios, cada um à sua moda, sendo escrevendo letras sobre elfos e anões ou grandes odes ao amor, construindo arranjos intrincados ou espancando um kit de bateria. 

Aproveitamos a passagem de Robert Plant pelo Brasil, para três shows (24 de março, no Rio de Janeiro; 26 de março em Belo Horizonte e 28 de março no Lollapalooza, em São Paulo) para eleger as melhores canções de sua antiga banda. Mais uma vez, como está se tornando uma tradição no Pergunte ao Pop, recrutei jornalistas, músicos, críticos e amigos para eleger as 25 músicas definitivas do Led Zeppelin. 

Não foi uma tarefa fácil. Mais uma vez, pedi aos votantes que escolhessem suas cinco canções favoritas do autor, em ordem de preferência, acompanhadas de um textinho que justificasse a escolha do primeiro lugar. (Alguns mandaram textinhos para várias colocadas, e alguns foram tão bons que não me contive, e, neste caso específico, abri uma exceção às regras: tinha texto bom para acompanhar? Então tá lá).

A pontuação foi dada em ordem decrescente, com 5 pontos para o primeiro lugar, 4 para o segundo e assim por diante. Como trata-se de uma banda com carreiras solo de diversos integrantes, abri uma exceção e permiti ainda que os votantes pudessem escolher também por músicas das empreitadas solitárias de cada um dos leds. 

Curiosamente, apenas uma canção solo acabou sendo votada. Também, pudera: já é tarefa difícil o suficiente escolher cinco canções do Led Zeppelin. Ao todo 41 canções foram lembradas (confira a planilha completa aqui), de todos os discos do Led Zeppelin. Na contagem geral, o disco sem título (chamado por muitos de Led Zeppelin IV), lançado no final de 1971, acabou sendo o disco mais lembrado: nada menos que sete de suas oito canções foram citadas pelos votantes (apenas "Four Sticks" ficou de fora), e seis delas fazem parte do top 25. Na sequência, ficou Houses of the Holy, com cinco citações, e depois Led Zeppelin II e Led Zeppelin III, com quatro. É deste último ainda, que sai a grande campeã – uma das favoritas da casa, mas, ainda assim, uma surpresa dentre canções manjadas da banda. Vamos a elas?


10 de mar. de 2015

Em Busca dos Pequis Sagrados

"Vamos desvendar os pequis sagrados/Esse é o maior mistério que já vi". Não, não tem nada de errado com o que você leu agora: afinal, essa poderia ser a trilha de abertura para Calango Ball, uma bem humorada releitura dos filmes de Dragon Ball feita por um grupo de humoristas em Campestre do Maranhão (MA), cidade com 13 mil habitantes a mais de 500 km distante da capital São Luís.

Trabalhando juntos desde 2008, a trupe planeja para 2015 o lançamento de seu primeiro longa-metragem inspirado com bastante humor nas aventuras de Goku, Bulma, Gohan e companhia. Calango Ball é uma versão alternativa dos filmes de Dragon Ball com elementos de animes como Naruto e One Piece, além de personagens de X-Men e alguns temas bem regionais.

“No começo, éramos fãs de Dragon Ball, mas como não tem dragão no Brasil, ficamos com o bicho mais parecido que tem com ele, que é o calango”, explica Frank Silva, diretor e idealizador do projeto. 

Tô lá no IGN Brasil comentando sobre essa belezinha da natureza maranhense que é Calango Ball, uma refilmagem bem-humorada de Dragon Ball. Bora lá? 

9 de mar. de 2015

Discografia Comentada: Cássia Eller

Qual é a primeira imagem que vem à sua cabeça quando se fala em Cássia Eller? A mulher que mostra os peitos para 100 mil espectadores cantando “Smells Like Teen Spirit” no Rock in Rio? A garotinha esperando o ônibus da escola de “Malandragem”? A artista de apliques em um quarto de hotel chique no clipe de “O Segundo Sol”? Ou a crooner de voz suave e interpretação romântica de “Non Je Ne Regrette Rien” em seu Acústico MTV?

Dona de voz e personalidade ímpares, Cássia Eller é comumente incluída por muita gente no grupo das principais cantoras da música brasileira das últimas décadas. Sua morte, por um infarto do miocárdio, em dezembro de 2001, frustrou o que poderia ter sido a coroação de uma carreira interessante, cheia de sucessos, mas marcada por discos irregulares, grande sucessos radiofônicos e muitas pérolas escondidas.

É possível dividir a carreira de Cássia Eller em quatro duplas de discos: a fase Vanguarda Paulista (“Cassia Eller” e “O Marginal”), a primeira guinada pop (“Cássia Eller” e “Violões”), o tributo a Cazuza (os dois “Veneno”) e o sucesso sob a batuta de Nando Reis. Em todas elas é possível notar o ecletismo da cantora, sua fixação por algumas figuras tradicionais do rock (Beatles, Cazuza e Legião Urbana, especialmente). Outra questão interessante é a repetição de faixas: muitas de suas músicas aparecem três vezes na discografia (caso de “Malandragem”, “E.C.T.”, “Por Enquanto”, “Nós” ou “1º de Julho”), em versões que costumam não diferir muito – um desperdício, talvez?

Tô lá no Scream & Yell fazendo a minha primeira discografia comentada da vida, embalado pelo clima do documentário Cássia Eller, do diretor Paulo Henrique Fontenelle. "Fera, bicho, anjo, mulher, mãe, filha, irmã, menina, Deus, deusa, meu amor", Cássia Eller tem uma carreira a ser descoberta. Vamos lá? 

5 de mar. de 2015

Confraria S&Y #20 - Oscar e Festivais



Acabo de me sentir como o moleque da base que vira titular no time dos craques: a partir da edição #20, eu (e o grande Renato Moikano) viramos membros oficiais da Confraria Scream & Yell, essa formação de quadrilha em forma de podcast que tem Marcelo Costa, Tiago Agostini, Marco Tomazzoni e Tiago Trigo como fundadores e patronos. 

Na edição de fevereiro (mas gravada em março), falamos sobre Oscar e demos dicas de festivais gringos para o ouvinte, além de receber o grande Cleitinho e falar mal de American Sniper. Vem ouvir, vem?

4 de mar. de 2015

1983 - O Ano dos Videogames no Brasil



1983 foi um ano bom -- ao menos se você era um fã de videogames e morava no Brasil. No mesmo ano em que a primeira geração de consoles sofria sua primeira crise nos EUA -- e a Atari enterrava milhares de cartuchos de E.T. no deserto de Alamogordo --, clássicos como o Atari 2600, o Odyssey, o Intellivision e o Colecovision começavam a ser fabricados e vendidos no país. 

Agora, essa história pode virar filme: o escritor Marcus Garrett e o jornalista Artur Palma lançaram na última semana uma campanha de crowdfunding para financiar a produção do documentário 1983 - O Ano dos Videogames no Brasil.

Uma das minhas primeiras matérias pro IGN Brasil, falando sobre o crowdfunding desse projeto de documentário que quer contar a chegada dos videogames ao País. Vale ler no IGN (e também ajudar os caras)