26 de dez. de 2014

Retrospectiva 2014: Podcast Confraria Scream & Yell

Ainda estou em dúvida se este foi um podcast para rever a cultura pop na última volta que este planeta deu em torno do Sol ou se foi uma formação de quadrilha generalizada em uma tarde de sábado calorosamente paulistana. De qualquer maneira, é sempre bom rever os amigos, falar bobagens, defender os Titãs (hehe), xingar o Black Keys e, acima de tudo, gravar um podcast com essas feras aí em cima. Da esquerda para direita: Marco 'Bart' Barbosa, eu, Marco Tomazzoni, Marcelo Costa e Renato Beolchi (em pé); Tiago Agostini e Tiago Trigo (agachados). 

Na última quinzena de dezembro, nos reunimos para fazer mais uma edição da Confraria Scream & Yell, podcast que já teve vida na Radio Levis e na OiFM, e alçou voo solo nesta última radiopatrulha. Se você quer ouvir, chega mais - tem duas partes, não confunda :)




16 de dez. de 2014

O Pai do Instagram

Aos 28 anos de idade, Mike Krieger (acima, de verde) é um dos brasileiros mais poderosos do Vale do Silício. Seu nome pode não ser familiar, mas, ao lado do sócio Kevin Systrom, ele criou em 2010 o Instagram, rede social de compartilhamento de fotos, que ontem anunciou ter chego à marca de 300 milhões de usuários ativos mensalmente. Ao todo, mais de 70 milhões de fotos são publicadas todos os dias no Instagram.

Nascido em Minas Gerais, Krieger mudou-se para os EUA em 2004, a fim de estudar na Universidade de em Stanford, onde conheceu Systrom. Seis anos depois, a dupla criaria o Instagram, que acabaria sendo vendido para o Facebook em 2012 por US$ 1 bilhão. “Buscávamos dar às pessoas ferramentas para que elas pudessem mostrar o mundo não da forma como uma câmera captou, mas sim como elas se lembravam do que tinha acontecido”, conta Krieger, em entrevista exclusiva ao Estado.

Apesar de ser parte do “grupo Facebook”, que neste ano adquiriu também o WhatsApp por US$ 19 bilhões, o Instagram pode ser considerado uma empresa independente. “Somos uma empresa dentro de uma empresa”, explica Krieger. “Quando fomos adquiridos, estávamos em um ciclo vicioso de não conseguir crescer. O suporte do Facebook nos ajudou a ir em frente”, diz o brasileiro.

Além dos novos números, o Instagram também anunciou uma novidade ontem: a partir do próximo dia 18, contas de marcas, celebridades e atletas terão um selo de verificação, para que os usuários tenham certeza de que as imagens ali postadas não são falsas. A equipe do aplicativo também trabalha na remoção de contas fake e responsáveis por spam.

“Queremos uma experiência autêntica”, afirma Krieger, que se diverte quando vê interações entre artistas e seu público pela plataforma. “Nas últimas semanas, vi a Taylor Swift dar apoio a uma garota que sofria bullying através dos comentários de uma foto. Isso é muito legal”, diz.

Em dezembro, tive a chance de conversar com Mike Krieger, o brasileiro que criou o Instagram com seu colega americano Kevin Systrom. Foi um papo bem bacana para entender a rede social de compartilhamento de fotos, e como ela tem mudado o mundo da fotografia, da moda e da gastronomia. :). 

4 de dez. de 2014

A Reinvenção da Nintendo


Em um mercado dominado por Sony e Microsoft, ainda há espaço para um terceiro jogador: a Nintendo. No entanto, enquanto PlayStation 4 e Xbox One ganham fãs com jogos de ação, robôs gigantes e futebol, a criadora de Mario, Luigi e Zelda investe em seus personagens clássicos e games divertidos para a família. “A Nintendo quer fazer as pessoas sorrirem”, diz o gerente para América Latina da empresa, Bernardo Guzmán-Blanco.

Mais do que ter um console e jogos diferentes, a Nintendo busca outro perfil de jogador. “A Nintendo parece focada em seus próprios títulos, para um público que não quer jogar futebol ou dar tiros no videogame”, diz Oliver Römerscheidt, analista da GfK. Não à toa, entre os 20 jogos mais vendidos no mundo para o Wii U, 16 são produzidos pela própria companhia. Sucessos recentes como Call of Duty: Advanced Warfare, GTA V e FIFA 15 não foram lançados para o console.

Queridinha de qualquer gamer que se preze, a Nintendo não vivia uma boa fase: com baixas vendas do Wii U e três anos de perdas consecutivos, a empresa parecia incapaz de se recuperar. 2014, no entanto, provou que a maré de Mario pode mudar: com novos jogos e uma linha de bonecos, a empresa voltou a ter lucro e pode chegar em 2015 em um bom cenário. Na matéria que escrevi para o Link em dezembro, conto como isso pode acontecer. 

1 de dez. de 2014

PS4 vs. Xbox One: Ano Um

Lançados há um ano, os videogames PlayStation 4 e Xbox One disputam neste Natal a preferência dos jogadores brasileiros. Se em 2013 o preço dos aparelhos assustava, agora as empresas chegam munidas com lançamentos de grandes jogos (exclusivos ou não) e com promoções atrativas para o consumidor do País em grandes redes do varejo.

Representantes da oitava geração dos videogames, com configurações técnicas para sustentar jogos cada vez mais exigentes, PS4 e Xbox One são os primeiros consoles que chegaram ao País sem atraso com relação ao resto do mundo. Entre eles, uma diferença substancial: montado em Manaus, o Xbox One tem preço sugerido de R$ 2 mil, enquanto o importado PS4 tem venda oficial por R$ 4 mil.

A produção local é descrita pelos executivos de Sony e Microsoft como a saída para se ter sucesso no Brasil. Foi o que aconteceu com a geração anterior de consoles. A Microsoft saiu na frente, montando o Xbox 360 no País desde 2011, o que lhe fez ganhar a preferência dos consumidores.

Já a Sony começou a montar o PS3 no Brasil apenas em maio de 2013. “Se voltarmos três anos, o console mais vendido por aqui ainda era o PlayStation 2, um produto dos anos 90. A aquisição de videogames de última tecnologia é um fenômeno recente”, diz o analista da GfK, Oliver Römerscheidt.

Junto com o parceiro Murilo Roncolato, fiz um balanção do primeiro ano dos consoles da nova geração - PS4 e Xbox One - na primeira edição do Link em dezembro, procurando ajudar o leitor a escolher um videogame pra chamar de seu, e entender melhor o mercado nacional do setor. Além de um raio-X dividido a quatro mãos, eu e Murilo também entrevistamos os executivos de Sony e Microsoft para entender como eles lidam com preço, pirataria e o futuro dos videogames. Na mesma edição, também falamos sobre o futuro da Nintendo. 

28 de nov. de 2014

GoPro no Brasil



No final de novembro, já de volta ao Link depois das férias para o TCC, dei esse furo sobre a chegada da GoPro ao Brasil, em parceria com a Flextronics, fábrica de Sorocaba, no interior paulista. Foi bem bacana. :)

13 de nov. de 2014

De Nerd do Fundão a Aluno Modelo



Depois de passar anos sendo "o nerd da turma do fundão", virei aluno modelo. 

Em setembro, dei uma entrevista divertida pro jornal do Colégio Etapa, no qual estudei entre 2007 e 2009, sobre vestibular, jornalismo, o curso da ECA-USP e meus pitacos sobre uma meia dúzia de coisas (incluindo intercãmbios e a minha própria vida, risos). Quem me conhece sabe que usaram muito mais pontos finais do que vírgulas e reticências, mas o resultado ficou bacana.

 

5 de nov. de 2014

Em Busca de Realismo


Na última Brasil Game Show, bati um papo com o produtor Mike Meija sobre o novo Call of Duty: Advanced Warfare, que leva o game de tiro em primeira pessoa para o futuro não tão próximo e coloca Kevin Spacey para fazer um dos grandes ~vilões~ do mundo dos games nos últimos anos. O resultado da conversa foi publicado no Que Mario?, na época de lançamento do jogo. Chega mais :)

28 de out. de 2014

Um papo com o criador de Mortal Kombat

O maior destaque da Brasil Game Show 2014 é um homem calmo, quieto, que pensa antes de dar suas respostas. Ao conversar com o quarentão Ed Boon, porém, seria difícil imaginar que ele criou um dos jogos mais brutais, sangrentos e divertidos da história: a série Mortal Kombat, que chegará aos consoles da nova geração com Mortal Kombat X, previsto para abril de 2015.

Foi para promover seu novo jogo – o décimo em 22 anos de franquia – que Boon veio ao Brasil conversar com fãs e com a imprensa do País. Para ele, “os fãs brasileiros são os mais apaixonados que vi” (conta outra, vai!), e, cada jogo que faz é melhor que o anterior. “Se fizéssemos o mesmo jogo apenas com gráficos mais bonitos, as pessoas se cansariam e comprariam outro game”.

Disponível para testes na BGS 2014, Mortal Kombat X traz como principal novidade a presença de variações dos principais lutadores: agora, não há apenas um Scorpion ou Sub-Zero, mas três deles. “Isso deixa o jogo com mais variedade, o que nos deixa excitados mais uma vez depois de tantos anos”, conta ele. E é difícil não se empolgar: testei o jogo durante a feira, e é realmente incrível dar um fatality com os gráficos da nova geração.

Na conversa a seguir, Boon fala não só sobre Mortal Kombat, mas também sobre como os games mudaram nos últimos 20 anos, além de dar conselhos a quem quiser criar seus próprios jogos. “Escolha que tipo de trabalho você quer fazer e se torne um mestre nisso”, recomenda. O produtor também fala sobre que tipos de jogo gostaria de criar e destaca a ascensão dos games mobile. “Se eu fosse começar hoje, faria um jogo para celulares”.

Outro bom papo que rolou na Brasil Game Show foi com Ed Boon, um dos cérebros por trás de Mortal Kombat, jogo que mudou o mundo dos games de luta a partir de 1992. FINISH HIM!

16 de out. de 2014

O Fla-Flu dos Games

Na última semana, eles estavam um de cada lado do campo, prontos para o embate. O juiz apitou o início da partida na maior feira de jogos da América Latina, a Brasil Game Show (BGS), na quarta-feira. A briga no evento se encerrou ontem, mas o embate homem a homem continua mesmo fora do campo – ou melhor, nos videogames, em uma rivalidade que dura mais de duas décadas.

Em 2014, não poderia ser diferente: Pro Evolution Soccer (PES), da Konami, e FIFA, da EA, voltam a disputar a atenção dos fãs de futebol. Quem sai ganhando é o jogador – do sofá de casa, é claro.

A Electronic Arts (EA) saiu na frente, aproveitando a BGS para fazer o lançamento do novo FIFA 15. Já a japonesa Konami pode, no máximo, mostrar a versão de demonstração de PES 2015, também disponível gratuitamente em lojas virtuais para PC, Playstation e Xbox – a versão final chega às lojas apenas em 11 de novembro.

Segundo dados da GfK, a cada 10 jogos vendidos no Brasil, dois são de futebol. É atrás dessa fatia que estão Konami e EA. A empresa de pesquisas alemã disse que o Brasil é o país mais interessado pelo gênero, mesmo em comparação com outros grandes mercados como o europeu e o asiático. 

Em mais uma matéria em parceria com o grande Murilo Roncolato, falamos sobre a grande rivalidade dos controles brasileiros: FIFA ou PES? Em 2014, a briga teve um tempero nacional interessante: a ausência dos times brasileiros no líder de mercado, FIFA, que no entanto surpreendeu por sua jogabilidade. Bora ler? 

13 de out. de 2014

Brasil Game Show 2014

Aperte start: nesta semana, acontece em São Paulo a Brasil Game Show, maior feira de games do País. Com expectativas de receber 250 mil visitantes, o evento é uma oportunidade para fãs brasileiros de games terem acesso a títulos inéditos no mercado nacional, além de conhecer games produzidos no País. Por aqui, a indústria de jogos eletrônicos faturou US$ 1,34 bilhão em 2013 – quase o dobro das indústrias fonográfica e de cinema juntas (ver gráfico ao lado).

Criada em 2009 pelo empresário Marcelo Tavares com o nome Rio Game Show, a feira estreou recebendo 4 mil visitantes na capital fluminense. Três anos depois, mudou de nome e de cidade, indo para São Paulo, onde agora realiza sua sétima edição. Se em 2013 a feira foi palco para a chegada dos consoles PlayStation 4 e Xbox One, agora o destaque volta a ser dos jogos, seja em videogames, PCs ou celulares.

Em outubro, cobri pelo Link, junto com o parceiro Murilo Roncolato, a Brasil Game Show, a maior feira de games do País. O trecho acima abre a matéria que antecipava o evento, publicada em outubro na versão impressa do Link, a editoria de tecnologia do Estadão. Também bati um papo com Marcelo Tavares, diretor da feira, e, durante o evento, conversamos com estúdios nacionais e desenvolvedores estrangeiros, jogamos games antigos em uma cobertura diária para o Que Mario, o blog de games do Link. 

1 de out. de 2014

O Fim do Orkut



“Só add com scrap”. “Leio, respondo, e apago”. “Topo dos depoimentos”. “Sou 80% legal, 90% confiável e 100% sexy”. Se você esteve na internet durante os anos 2000, provavelmente deve se lembrar dos elementos acima, símbolos da era do Orkut. A “primeira rede social” de muitos brasileiros vai fechar as portas amanhã, depois de 10 anos de recadinhos, discussões em comunidades e depoimentos melosos.

Mas não é o fim. A antiga rede social do Google está criando um acervo de comunidades, onde ficarão guardados posts e discussões importantes para a história da internet do País. “O arquivo preserva a memória do Orkut, registrando fenômenos do Brasil como a ascensão da classe C e a inclusão digital”, declarou o Google Brasil em nota.

O Estado teve acesso exclusivo ao acervo, que pretende ser uma reprodução do que é o Orkut hoje, em seu último dia no ar. Ao todo, serão mais de 51 milhões de comunidades, 120 milhões de tópicos e mais de 1 bilhão de interações armazenadas no acervo.

No final de setembro, tive a honra de ser o primeiro jornalista no mundo a ver como ia ficar o acervo de comunidades do Orkut. Além disso, tive a chance de rememorar os dez anos dessa grande e maravilhosa nave louca criada por um turco, que transformou a internet brasileira. O resultado foi essa matéria para o Link, publicada em 29 de setembro - um dia antes de os servidores da 'primeira rede social' de muita gente dizer 'no donut for you' para sempre. Além da reportagem, teve também um vídeo bacanudo, feito em parceria com o pessoal da TV Estadão (veja abaixo) e este texto bobo do qual me orgulho muito: 10 motivos para sentir saudade do Orkut. 

25 de set. de 2014

Meu Pé, Meu Querido Pé



Ele é o homem por trás do ratinho que toma banho e ensaboa seu pé, seu querido pé, do passarinho que pergunta que som é esse, e da bicharada fazendo o vocal para um rock rural no “Cocoricó”. Você pode nem saber como é a cara dele, mas já ouviu sua voz em aberturas de programas infantis e propagandas de shampoo — e provavelmente já até cantou alguma de suas músicas no chuveiro, caso tenha algo entre os 10 e os 30 anos hoje em dia.

Seu nome é Hélio Ziskind, um senhor paulistano com 59 anos de idade e mais de 40 anos de bons serviços prestados à música popular brasileira – a maior parte deles fazendo canções para crianças, dentro e fora da TV Cultura, participando de produções como Glub Glub, Cocoricó, X-Tudo e Castelo Rá Tim Bum ou cantando em seus discos solo. Sua carreira musical, no entanto, começa em 1974, junto aos ex-colegas de colégio Paulo e Luiz Tatit. Com eles, Ziskind formaria o Rumo, um dos principais pilares da Vanguarda Paulistana. 


Na entrevista a seguir, Ziskind fala para o Scream & Yell sobre como criou as aberturas de programas que marcaram gerações de crianças na TV Cultura, conta mais sobre os anos de Rumo e de ECA-USP (ele é formado em Composição pela universidade, apesar de se dizer filiado à música popular) e comenta a situação atual da emissora que o catapultou para o sucesso, além de discutir rótulos, publicidade, a diferença entre música erudita e música popular e seus próprios planos para o futuro – no momento, ele trabalha em uma versão musicada d’O Patinho Feio de Hans Christian Andersen, mas com uma pegada “meio Pink Floyd”. Desculpe o gracejo, caro leitor, mas vamos lá: patinho feio, “que som será esse?”.

Em agosto, bati um papo com um dos meus heróis de infância para o meu trabalho de conclusão de curso da faculdade - em breve, falo mais dele por aqui. Aproveitei a íntegra da entrevista - que foi bem bacana - para o Scream & Yell, que continua sendo (como o Rio de Janeiro) um espaço lindo para falar de música e cultura brasileira. Quer saber como essa história continua? Chega mais

23 de set. de 2014

Aqui Não, Esmaga-Botão!

Socos, chutes e cotoveladas fazem parte do universo dos games há tanto tempo que parece até que eles sempre existiram — quem já perdeu tardes e tardes jogando (e massacrando seus dedões) Street Fighter, Tekken ou Mortal Kombat sabe do que estou falando. Mas sempre aparecem novas tentativas de se renovar uma velha fórmula — e uma delas surge justamente na adaptação para os games de um dos esportes de luta mais populares da atualidade, o UFC (Ultimate Fighting Championship). 

Lançado em julho, EA Sports UFC não é o primeiro game a exibir o mundo do MMA nos consoles, mas é a primeira adaptação da divisão especializada em esportes da Electronics Arts no universo de Anderson Silva, José Aldo e Jon Jones.

Anteriormente, o UFC já havia sido motivo de uma série de games da THQ entre 2000 e 2010. A chegada da EA, entretanto, traz uma lufada de ar fresco ao gênero, tanto pela ambientação quanto pelo nível de detalhe demonstrado no jogo. Entretanto, vale o aviso: EA Sports UFC não é para amadores.

Gladiadores do terceiro milênio, essa é para vocês! Em setembro, escrevi sobre o EA Sports UFC, jogo que tenta levar o ambiente do octógono para o console mais próximo. Foi bem divertido (e aliás, é bem divertido escrever sobre games) criar meu próprio lutador Bruno 'El Toro' Capelas e distribuir socos e pontapés por aí. O resto da resenha você lê no Link Estadão. 

6 de set. de 2014

Games Made in Braziu




Morcego, ratazana, baratinha e companhia: a série de TV Castelo Rá-Tim-Bum, exibida pela TV Cultura, está completando 20 anos em 2014 e é motivo de uma exposição no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, que deve rodar o País nos próximos meses.

Disso, provavelmente você sabe – na capital paulista, a mostra tem atraído milhares de pessoas todos os dias. O que você provavelmente não sabia é que o programa do aprendiz de feiticeiro Nino e das crianças Zeca, Pedro e Biba já foi motivo de um jogo de videogame produzido no Brasil nos anos 1990.

Castelo Rá-Tim-Bum – O Jogo foi feito pela Tec Toy, que na época era a representante oficial da SEGA no Brasil, e foi lançado para o Master System em 1997, três anos após o início do programa de TV. “Nós apresentamos a ideia para a Cultura, e ela foi aprovada logo de cara”, lembra Stefano Arnhold, presidente da Tec Toy na época.

A história do jogo é bastante simples: Zequinha tomou uma poção que o fez voltar a ser bebê, e o jogador, no papel de Biba ou Pedro, deve ir atrás dos ingredientes para fazer outra poção, capaz de fazer o menino que perguntava “Por quê?” voltar a ser uma criança. Para isso, o jogador deve visitar ambientes clássicos do Castelo Rá-Tim-Bum, como a cozinha cheia de gavetas e o laboratório dos irmãos gêmeos Tíbio e Perônio, em uma aventura curta, que pode ser superada facilmente em um par de horas.

Para os olhos de hoje, e até mesmo se comparado aos jogos produzidos na época, o aspecto visual e a jogabilidade de Castelo Rá-Tim-Bum é até meio tosco, mas é capaz de reforçar a identificação com o programa (tem até o Porteiro, dizendo “klift, kloft, still, a porta se abriu”) e mostra o caráter pioneiro da Tec Toy no País. “Era tudo bastante artesanal”, lembra Maurício Guerta, um dos programadores responsáveis pelo jogo, que foi produzido do zero pela empresa nacional.

Em uma parceria de conteúdo de mim (pelo TCC) comigo mesmo (no Estadão), fiz essa matéria que revisita o passado de produção de games brasileiros pela Tec Toy (aquela mesma que fazia o MegaDrive e o Master System que você tanto jogou quando era pequeno). Além do Castelo, Turma da Mônica, Sítio do Picapau Amarelo e até o Chapolin Colorado tiveram direito aos seus próprios jogos. Chega mais para ler. :)

5 de set. de 2014

Alô, Alô, Planeta Terra Chamando



“Alô, alô! Planeta Terra chamando. Planeta Terra chamando! Essa é mais uma viagem do diário de bordo de Lucas Silva e Silva, falando diretamente do Mundo da Lua… onde tudo pode acontecer!”. Se você cresceu no começo dos anos 90, certamente deve se lembrar dessa frase – e de muitas outras aventuras – de Lucas Silva e Silva, o garoto de 10 anos que, junto de seu gravador, vivia histórias incríveis no mundo da imaginação em “Mundo da Lua”, seriado da TV Cultura que estreou em 1991. Assim como, muito provavelmente, já viu o mesmo rapaz, anos depois, perguntar qual era a senha para entrar no “Castelo Rá Tim Bum”, ouvindo o famoso “Klift, Kloft, Stil, a porta se abriu” do porteiro de lata.

O nome dele, entretanto, não é Lucas, nem Pedro, mas sim Luciano Amaral, um cara que já conta com trinta anos de carreira (e 35 de vida) na televisão, mas que entrou no mundo da telinha meio que por acaso, fazendo propagandas como a do Vick Vaporub. Ainda criança, Luciano teve a oportunidade rara de contracenar com nomes como Antônio Fagundes e Gianfrancesco Guarnieri, sendo o protagonista de “Mundo da Lua”. Para ele, entretanto, atuar era uma brincadeira. “Eu não via muita TV quando era criança, não sabia quem eram eles. Para mim, aqueles adultos estavam ali para brincar comigo. Um brincava que era o meu avô, o outro brincava que era meu pai, uma dizia que era minha mãe, e eu deixava (risos)”, conta Luciano, que, na pele de Lucas, pode realizar “sonhos de qualquer menino de 10 anos, como fazer o Brasil ganhar a Copa do Mundo ou ir para a Lua”.



Na entrevista a seguir, Luciano conta histórias de “Castelo Rá Tim Bum” e de “Mundo da Lua”, fala sobre como é viver com o legado de dois personagens que são “primos” de todo espectador que os acompanhou, relembra trabalhos como o “Turma da Cultura”, um dos primeiros programas brasileiros a usar email para participação do público, e discute a situação atual da TV brasileira para jovens e crianças.

Além das memórias de TV, o ator e hoje apresentador da PlayTV também fala sobre games – assunto no qual foi pioneiro no País e com o qual trabalha há mais de uma década. “As coisas melhoraram bastante nos últimos dez anos. Para quem produz games, tudo se barateou — as ferramentas de produção custam menos, a distribuição pode ser feita pela internet. Mesmo assim, o cara que produz um jogo no Brasil é um herói”, avalia Luciano, que ainda vê o setor prejudicado por políticas atrasadas. “Jogo é arte, mas vai explicar isso para quem manda, que acha que videogame é coisa de criança e taxa importação como se fosse brinquedo? Quem cresceu jogando sabe da importância dos games, mas existe uma barreira de gerações. Apesar de tudo isso, o nosso mercado já é grande, e tem poder de compra. O cenário é promissor”, diz ele. Aperta o start e deixa Luca… Luciano falar.

Veterano do jornalismo de games e personagem de dois programas que toda criança que cresceu nos anos 90 gostaria de ter sido, Luciano Amaral é um cara legal. Pelo menos foi o que deixou transparecer na conversa que a gente teve por quase duas horas em uma manhã de julho no estúdio da PlayTV, na Lapa, em São Paulo. O tema da conversa foi motivado pelo meu TCC, mas, como sempre, extrapolamos essa fronteira. O resultado você confere no Scream & Yell. 

28 de ago. de 2014

Crianças Conectadas

Aos 9 anos de idade, Gabriel passa os finais de semana jogando ‘Minecraft’ enquanto conversa com seus amigos pelo Skype em chamadas de voz, “porque parar o jogo para digitar não daria certo”. Com 10 anos de idade, Emília conversa com as amigas no Facebook enquanto vê um filme pela Netflix. Também com 10 anos, Gustavo joga games de futebol pela internet a tarde toda com pessoas de diversas partes do mundo ou assiste a vídeos sobre jogos no YouTube, enquanto planeja criar seu próprio canal de vídeos para ganhar dinheiro.

Os três, assim como milhões de jovens no País, fazem parte de uma geração que já nasceu conectada e que usa cada vez mais plataformas para jogar e interagir com seus amigos. Segundo a pesquisa TIC Kids Online 2013, divulgada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) em julho, 79% dos jovens conectados à web entre 9 e 17 anos no Brasil estão em alguma rede social; em 2012, eram 70%.

Pelas suas atividades online, Gabriel, Emília e Gustavo, porém, podem ser considerados clandestinos digitais. Isso porque a maioria dos serviços que utilizam – incluindo redes de jogos como Minecraft e League of Legends – não são permitidos para menores de 13, 16 ou 18 anos, de acordo com suas condições de uso.

Apesar de serem parte da 'geração digital', muitas crianças e adolescentes vivem conectados como verdadeiros foras da lei, infringindo termos e condições de uso de diversos serviços. Em mais uma matéria para o Link, tentei mostrar como os pequenos são um desafio para pais, professores e para as empresas de tecnologia, seja na parte educacional ou até mesmo cuidando de sua privacidade. Na mesma edição, ainda bati um papo bacana com a professora Mimi Ito, uma das principais pesquisadoras da relação entre crianças e internet no mundo. "Eu nunca adicionaria meus filhos no Facebook", me disse ela. 

25 de ago. de 2014

Dom Dom Dom - O Resto é Ruído #50

Minha última edição do O Resto é Ruído Podcast pelos próximos meses foi também uma retrospectiva bacana de tudo que o Elson Barbosa e o Fernando Augusto "Floga-se" Lopes fizeram ao longo desses dois últimos anos de podcast, com ajuda minha, da Amanda Mont'Alvão, do Lucas Lippaus, do Felipe Albuquerque, do Marcelo Costa, do João Vítor Medeiros e de um sem-número de convidados especiais. 

Além das memórias, e de uma discussão boa sobre "para que serve fazer um podcast", deixo com vocês uma defesa apaixonada (e tendenciosa, depende do seu lado)  sobre o jornalismo e uma pensata sobre o funk contemporâneo a partir da voz de MC Pedrinho e MC Livinho, os responsáveis por uma das grandes canções de 2014: "Dom Dom Dom". Ouve aí. 

 

20 de ago. de 2014

Concurso da Deezer



Uma crítica recorrente aos serviços de streaming de música – já feita por nomes como Thom Yorke (Radiohead) e David Byrne (Talking Heads) – é a de que eles não promovem a descoberta de novos artistas, lucrando apenas com o mais do mesmo e os “40 sucessos mais populares”. Pensando em criar uma janela para novos artistas exporem seu trabalho, o serviço francês Deezer, em parceria com a Associação Brasileira de Música Independente, resolveu criar um prêmio para revelar novos nomes da música brasileira.

“Muita música muito boa é produzida no Brasil, e tem dificuldade de alcançar mais público. Queremos ajudar a descoberta de talentos do País”, diz Henrique Leite, idealizador do prêmio Deezer ABMI de Novos Talentos, que será dividido em duas fases. Na primeira, os artistas se inscrevem e incluem suas músicas na plataforma, através de agregadoras de conteúdo como a CDBaby e a ONErpm.

Após a inscrição, um corpo de 25 jurados, distribuídos pelas cinco regiões do País, escolhe um finalista entre os inscritos para a segunda etapa, de onde sairão dois vencedores: um escolhido pelo público, e outro por um júri especializado, avaliando critérios como criatividade, talento artístico e profissionalismo. Entre os jurados, nomes como os de Felipe Cordeiro, Chico César, Bruno Kayapy (Macaco Bong) e Rodrigo Gorky (Bonde do Rolê).

Pautinha bacana sobre música dentro do Link - especialmente pelo papo massa com o Felipe Cordeiro e o Rodrigo Gorky. Tenho lá minhas ressalvas se vai funcionar essa história de ~revelar novos talentos~, mas é uma janela a mais, sempre. Bora ver qual é? 

19 de ago. de 2014

Pais Solteiros - O Resto é Ruído #49

Bela edição do O Resto é Ruído Podcast com a participação da banda paulistana Single Parents, que, além de fazer um som calcado nos 90, ainda tem trazido nomes bacanas ao País para turnês — como é o caso do pessoal do Sebadoh, do mestre Lou Barlow. Nessa edição, além da conversa com a banda, também descemos o cacete no festival da Converse Rubber Tracks (que trouxe o Dinosaur <3 Jr. ao país) e eu toquei B. Fachada, com seu novo disco de verão... B Fachada. A canção é "Dá mais música à bófia". 



18 de ago. de 2014

Um Museu de Videogames

No lugar de quadros e esculturas, um acervo com mais de 200 consoles e 6 mil jogos, com possibilidade dos visitantes não só contemplarem como também botarem a mão no controle para experienciar diferentes games. É essa a ideia por trás do Museu do Videogame Itinerante, a primeira instituição dedicada aos jogos eletrônicos cadastrada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), criada pelo jornalista Cleidson Lima, de Campo Grande (MS).

Cleidson, que tem 42 anos, começou a jogar games na época do Atari, e se tornou um colecionador há oito anos. “Comecei como uma brincadeira, ganhava consoles antigos que iam para o lixo, e quando percebi, tinha mais de 70 videogames. O sonho da minha esposa era jogar tudo fora”, brinca ele, que criou o Museu do Videogame Itinerante em 2009. Desde 2011, mais de 450 mil pessoas já viram o acervo do museu, em exposições abertas ao público em shoppings de Campo Grande.

Agora, com o status reconhecido pelo Ibram, Cleidson quer rodar o Brasil, com passagens programadas já para Brasília , Recife, Porto Alegre, Fortaleza e Belo Horizonte, e negocia com três shoppings de São Paulo para 2015. “Preferi ter um museu que rode o País do que ficar preso a turistas ocasionais em Campo Grande. Quero que as pessoas entendam a caminhada de quatro décadas da história dos videogames”, explica o jornalista, que guarda em sua casa o acervo do Museu, que conta com peças como o primeiro videogame do mundo, o Magnavox Odyssey, de 1972.

Uma das iniciativas mais bacanas do mundo dos games brasileiro nos últimos anos, o Museu do Videogame Itinerante deve vir a SP em 2015 e foi motivo de uma matéria minha no Que Mario, o blog de games do Link. Dá uma olhada lá - e aproveite para começar a contagem regressiva. Quem topa me desafiar no Pong? 

9 de ago. de 2014

Valiant Hearts: Uma Aula de História e Humanidade



O ano é 1914. O cenário é a Europa da Primeira Guerra Mundial. Só essas duas informações já parecem o bastante para enfileirar qualquer game na prateleira de “jogos de guerra”, com tiros, batalhas e muito sangue, naquele espírito clássico de “arma na mão e bora sair matando gente por aí”. Felizmente, entretanto, esse não é o caso de Valiant Hearts: The Great War, um dos principais (e mais tocantes) lançamentos da produtora francesa Ubisoft neste 2014, que chegou ao Brasil no final de junho para PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One e PCs.

No lugar de muitos tiros, Valiant Hearts oferece ao jogador a oportunidade de uma ótima aula de história , através da trajetória de cinco personagens (quatro humanos e um cachorrinho simpático). Para eles, a grande vitória não é superar o batalhão inimigo, mas se manter vivo ao longo dos quatro anos de uma guerra que matou 16 milhões de pessoas (e deixou outras 20 milhões feridas), opondo irmãos, primos e familiares. É o caso do jovem alemão Karl e do velho fazendeiro francês Emile, seu sogro, dois dos principais personagens da trama, colocados como rivais nas trincheiras.

Gastei alguns caraminguás escrevendo esse texto sobre Valiant Hearts, uma produção da Ubisoft que, apesar de pequena, conquista pelo charme e pela força com que mostra a estupidez de todas as guerras. É um dos meus jogos favoritos do ano até aqui - e tem tudo para te conquistar também. Falo mais sobre ele lá no Que Mario?, o blog de games do Link, e um dos projetos que têm tomado meu tempo (mas me empolgado cada vez mais). Bora lá? 

4 de ago. de 2014

A Vida de Um Atleta dos Mouses e Teclados

Para os milhões de jogadores e fãs que League of Legends (LoL) tem no Brasil, o jogo pode ser apenas mais uma diversão. Para Pedro Luís Marcari, Daniel Drummond, Thiago Sartori, Daniel Silva e Gustavo Alves, a brincadeira é coisa séria. Com idades entre 17 e 24 anos, os garotos ganham a vida como atletas profissionais. Juntos, sob os “nicknames” (apelidos que os identificam dentro do mundo de LoL) Lep, Danagorn, TinOwns, Dans e Minerva, eles formam o time do KaBuM e-Sports, atual campeão brasileiro do jogo criado pela Riot Games.

No último dia 26, diante de um público pagante de 6 mil pessoas (e outros 116 mil espectadores via internet), eles venceram a final do Circuito Brasileiro de League of Legends, disputada no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Além da vitória e do prêmio de R$ 55 mil, os rapazes da equipe ainda conquistaram o direito de disputar uma vaga na elite mundial do esporte eletrônico. No fim do mês, vão a Seattle (EUA) competir por uma das 16 vagas no campeonato mundial, cuja final será disputada em outubro, no Sangam Stadium, estádio de Seul que foi sede da abertura da Copa do Mundo de 2002.

Na semana passada, fiz uma verdadeira imersão no mundo dos eSports para produzir um especial de duas páginas para a edição de papel do Link, tentando entender o crescimento dos esportes eletrônicos e mostrar isso para o nosso-querido-leitor. Entre os destaques da edição (que conta com uma matéria falando com gente do mercado sobre patrocínios e explicando que essa é uma história que nasceu no final dos anos 1990), passei um dia inteiro em Limeira entrevistando os campeões brasileiros de League of Legends, fazendo um perfil desses guris que ganham a vida jogando e moram numa versão gamer da Granja Comary (risos). O resultado você confere lá no Estadão. 

29 de jul. de 2014

Nos Sapatos dos Outros



O que você faria se fosse gay ou bissexual e tivesse de contar aos seus pais sobre a sua orientação sexual? Eventualmente essa pergunta pode não ter nunca passado pela sua cabeça (como nunca passou pela minha). Entretanto, ela é presente na vida de muitos adolescentes, e é o mote por trás de um dos jogos mais simples e desafiantes do ano. Coming Out Simulator (em tradução literal: “simulador de sair do armário”, ou “simulador de se assumir”), um game para navegadores criado pelo canadense Nicky Case, fala sobre exatamente isso: como contar para os seus pais que você, ao contrário do que parece ser imposto pela sociedade, não é heterossexual?

O game é baseado na própria história de Nicky: em 2010, o rapaz de família de descendência asiática era um estudante do ensino médio e tinha um caso com um cara chamado Jack. Os dois estudavam na mesma escola e, para ficarem juntos, Nicky tinha de mentir para os pais que estava apenas estudando química (quando estava no cinema vendo A Origem). Entretanto, a rede de mentiras de Nicky vai ficando cada vez mais estreita, sua mãe começa a desconfiar de Jack e, influenciado pelo namorado, o rapaz acaba resolvendo que precisa sair do armário, para ver se tudo fica mais fácil. Coming Out Simulator é, especificamente, a recriação da noite em que Nicky conta tudo para seus pais, no meio de um jantar.

Escrevi meus caraminguás sobre Coming Out Simulator 2014, um game que, apesar de ridiculamente simples de ser construído, me ensinou muito mais do que horas e horas jogando FIFA, me pondo na pele de outra pessoa. Se eu fosse você, ia lá no Que Mario? (meu blog de games no Estadão com os parceiros Luiz Toledo e Murilo Roncolato) ler o resto do texto e jogava o Coming Out Simulator logo depois. 

25 de jul. de 2014

Plutão & Outros Planetas

Um espectador um pouco mais atento sobre a produção do cinema brasileiro recente conseguirá perceber que — para além das comédias tolas da Globo Filmes, das películas de cunho religioso ou de thrillers de ação retirados da realidade policial dos morros, presídios e favelas tupiniquins — uma pequena, mas significativa safra de filmes adolescentes vêm aos poucos se estabelecendo no País. Trata-se de um grupo que, após a chamada Retomada do cinema nacional, começou a dar suas caras com os primeiros longas-metragem do diretor gaúcho Jorge Furtado (os inocentes e já clássicos Houve Uma Vez Dois Verões, de 2002, e Meu Tio Matou Um Cara, de 2004) e teve em Laís Bodansky um bom momento (As Melhores Coisas do Mundo, de 2010). Às vezes, esse grupo derrapa, por exemplo, ao se aproximar da linguagem de Malhação (os ‘globais’ Desenrola, um American Pie às avessas e sem escracho lançado em 2012, e Confissões de Adolescente, verdadeiro caleidoscópio bubblegum que deixou nostálgicos telespectadores na mão no começo desse ano), mas encontra seu caminho ao apostar em um jeito simples de contar histórias (o singelo Antes Que o Mundo Acabe, também de 2010). Agora, a “seleção de novos” acaba de ganhar um representante de primeira linha: Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, do diretor paulista Daniel Ribeiro.

20 de jul. de 2014

MIS prepara mostra Legião Urbana para 2016

Na abertura da exposição do Castelo Rá-Tim-Bum no MIS, bati um papo com o curador André Sturm sobre os planos futuros do museu. Acabou gerando esse 'furo' de reportagem, publicado em julho no Scream & Yell. 

O MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo está preparando uma exposição sobre o cantor Renato Russo e a Legião Urbana para 2016. É o que disse na última terça-feira, 15/07, André Sturm, diretor executivo da instituição, durante entrevista exclusiva na abertura da exposição sobre o programa infantil Castelo Rá-Tim Bum.

“Temos uma conversa caminhando bem para fazer uma exposição sobre o Renato Russo em 2016″, disse Sturm. Segundo o diretor executivo do MIS, o filho do cantor, Giuliano Manfredini, abriu as portas do apartamento de Renato para os técnicos do museu.

“É impressionante: o Renato é um cara que guardava tudo. Vamos fazer uma parceria para restaurar materiais, fotos, diários, e a partir disso vamos construir uma exposição sobre o Renato, e lógico, sobre a Legião Urbana para daqui a dois anos”, completou o diretor executivo, que, à frente do MIS, tem sido o responsável por uma guinada mais pop na programação do museu: nos últimos dois anos, a instituição paulista recebeu mostras de nomes como os cineastas Georges Meliés e Stanley Kubrick e o cantor David Bowie.


14 de jul. de 2014

Yes, Nós Temos Bananas & Games

Fã dos jogos da Nintendo, o carioca Rodrigo Coelho cresceu com o sonho de muitos jovens de sua geração: ganhar a vida fazendo games. Mas, após se formar na faculdade de design e se dedicar nas horas vagas a criar seus jogos, o rapaz de 25 anos percebeu a dificuldade que desenvolvedores no Brasil têm para fazer seus projetos chegarem ao público.

Em vez de aceitar o game over, Coelho se juntou a dois amigos de faculdade, o engenheiro Henrique Bejgel e o designer Eric Salama, para tentar resolver esse problema. Após R$ 10 mil de investimento de cada sócio e um ano dedicado à concepção do projeto, o trio criou a Splitplay, a primeira loja digital de games dedicada a jogos tupiniquins.

Lançada comercialmente há cerca de dois meses, a Splitplay oferece aos jogadores 20 títulos diferentes, todos desenvolvidos no Brasil. A loja é inspirada no modelo da norte-americana Steam, a maior distribuidora digital de games do mundo (veja box). “Queremos incentivar o mercado nacional e criar uma central onde as pessoas possam encontrar jogos brasileiros, algo que às vezes até a mídia especializada tem dificuldade em fazer”, explica Coelho, que adianta que há mais vinte jogos para serem lançados até o fim do ano.

No começo de julho assinei essa matéria sobre a Splitplay, espécie de Steam brasileira que tem uma meia dúzia de jogos bem bacanas. "Cangaço", por exemplo, é um dos meus favoritos do ano até aqui. Lá no Link, falo mais sobre essa história, explico como a Splitplay funciona e ainda troco uma ideia com três desenvolvedores de games brasileiros. Chega mais. 

9 de jul. de 2014

Melhor Hambúrguer da Cidade: Let's Burger

Yo, Adrian!
Já falei em colunas anteriores que, apesar da onda gourmet, o crescimento do número de hamburguerias por aí tem provocado coisas interessantes em lugares pouco afeitos a comer algo além do "dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles, tudo num pão com gergelim". É o caso de uma cidade como São Caetano, que nunca teve grandes lanchonetes tradicionais pra chamar de suas, e agora recebe casas com propostas interessantes - como a TriBeCa, já citada aqui, e a Let's Burger, totalmente inspirada nos anos 80. Estive lá no último sábado pra comemorar o aniversário de casamento dos meus pais, junto com os dois e a pentelha da minha nem-tão-pequena irmã. 


8 de jul. de 2014

O Mundo da Bola Visto aos Quadradinhos

Em tempos de Copa do Mundo, é fácil perceber a graça que o futebol traz à vida das pessoas, com batalhas, jogadas incríveis e vitórias dentro das quatro linhas do gramado. E é também com conjuntos de quatro linhas – um de cada vez, é claro – que o mineiro Matheus Toscano faz a sua graça: ele é o criador do 8bit Football, projeto que recria cenas do esporte bretão em pixel art – aquele jeito de retratar qualquer cena em quadradinhos coloridos, em um visual retrô que lembra os games dos anos 80. 

Criado em outubro de 2012 nas horas vagas de Toscano, que é auditor de tecnologia da informação e mora na Holanda, o 8bit Football faz considerável sucesso nas redes sociais. São 45 mil seguidores no Twitter e 25 mil fãs no Facebook, que somados aos visitantes do site do projeto, acompanham as imagens bem-humoradas do mineiro de 31 anos, inspirado por duas paixões de criança. “Sempre fui fã de jogos de computador antigos, como o Sensible Soccer, em que o gráfico era pixelizado por limitação técnica, e fui apaixonado por futebol desde criança”, conta ele, em entrevista ao Link por telefone.

Bati um papo bacana com o criador de uma das páginas mais legais da internet nesses tempos de Copa do Mundo: a 8bit Football. Matheus Toscano, além de ser um cara boa praça, ainda está criando um jogo todo em pixel art, com a experiência de quem já gastou muito dedo em clássicos como International Superstar Soccer e Pele's Soccer. O game, que se chama Pixel Soccer, tem uma campanha própria no Kickstarter. Chega mais

30 de jun. de 2014

Pop, Girls, Etc #09 - Prezadíssimos Ouvintes

A ideia central dessa mixtape nasceu de uma bobagem: a de perceber como, às vezes, as músicas tem os mesmos nomes mas em línguas diferentes (como acontece nas duas primeiras canções dessa mixtape). A partir da junção delas, nasceu a vontade de fazer uma lista cheia de faixas suingadas, de sabor negro (ou quase negro, porque Roberto e Gotye são branquelíssimos). No fim, ela quase ganhou cores politizadas com dois clássicos do rap nacional, "Política" (Athalyba & a Firma) e "1 por Amor, 2 por Dinheiro" (Racionais MCs e Rosana Bronks), mas soava pouco redonda. O alívio chegou aos 45 do segundo tempo, com o chamado de ordem de Science ("Uma cerveja, antes do almoço, é muito bom pra ficar pensando melhor!") e o apelo de Nina Simone. Chega mais: afinal, uma mixtape antes do almoço também pode ser boa pra ficar pensando melhor. 

Pop, Girls, Etc #09 - Prezadíssimos Ouvintes

Thinkin Bout You - Frank Ocean
Pensando em Você - Pearls Negras
Let's Stay Together - Al Green
As Curvas da Estrada de Santos - Roberto Carlos
I Feel Better - Gotye
Tell Me a Tale - Michael Kiwanuka
May This Be Love - Jimi Hendrix
Prezadíssimos Ouvintes - Itamar Assumpção
A Praieira - Chico Science & A Nação Zumbi
Don't Let Me Be Misunderstood - Nina Simone

Para ouvir:
No Mixcloud

Para baixar: 
No Mediafire

Ouça as outras mixtapes Pop, Girls, Etc.
#01 - Tigres de Papel
#02 - Pelicano
#03 - Be Má Beibe
#04 - Tó-Zé
#05 - Häagen Dazs
#06 - Dê
#07 - Menina
#08 - Lenço Enxuto

26 de jun. de 2014

Entre Caracas e Paramaribo

O que uma banda deve fazer quando um de seus principais integrantes tem de deixar o barco? No caso dos paulistanos dos Lestics, a melhor opção parece simplesmente ter seguido em frente. Depois de ver Umberto Serpieri, tecladista e membro fundador do grupo, deixar a cidade de São Paulo, o agora trio Lestics (Olavo Rocha, letras e voz; Marcelo Patu, baixo e violões; Marcos Xuxa, bateria) volta à tona com um de seus melhores trabalhos, o temático “Seis” (download gratuito no site oficial).

Lançado em maio, “Seis” (o sexto trabalho do grupo, na ativa desde 2007, traz apenas seis canções) mostra uma expansão na sonoridade da banda: dos flertes acústicos com o folk, o Lestics agora se impõe com arranjos elaborados, com a presença de cordas, sanfonas e metais (vale prestar atenção no marcante trombone de Bocato em “Entre Caracas e Paramaribo”, que abre o disco). Apesar de ter poucas faixas, o grupo não encara “Seis” como um álbum. “É um disco fechado, com começo, meio e fim. Hoje em dia, as pessoas tendem a ouvir só as primeiras faixas de um disco. Se ele for curto, cada música tem mais chance de receber atenção”, diz Olavo Rocha ao Scream & Yell, em entrevista por email.

Na entrevista a seguir, Olavo fala sobre a produção e as inspirações para a realização de “Seis”, retrato também de uma banda que já não pode mais ser chamada de iniciante, mas, que, como a maior parte dos bons grupos musicais do País, não consegue se sustentar com suas canções, apesar de sua dedicação para isso. “A banda não é um hobby, é um trabalho. Para ganhar dinheiro e bancar o trabalho com a música, tenho outro trabalho. A banda é um trabalho com o sentido de produzir alguma coisa, uma ideia complicada de se assimilar quando se enxerga o capitalismo como uma força da natureza (não é)”, comenta o vocalista. “Costumo dizer que não vivo da música, mas sim para a música”. Com a palavra, Lestics.

Bati um papo por email com um dos meus letristas favoritos da atual geração do pop brasileiro, o Olavo Rocha, dos Lestics. "Seis", o disco que os paulistanos lançaram há coisa de um mês, é uma das coisas mais bonitas que eu ouvi nesse ano, e mostra uma nova fase na banda após a saída do Umberto Serpieri, que criou a banda com o Olavo lá em 2007. O resultado da entrevista, com ideias bacanas sobre música caipira, arranjos, streaming e o capitalismo, você pode ler no Scream & Yell.

24 de jun. de 2014

O Resto é Ruído #48 - André Forastieri

Uma das mais especiais edições do O Resto É Ruído Podcast que eu participei até aqui. 

Eu, Elson Barbosa, Amanda Mont'Alvão, João Vitor Medeiros e Fernando Augusto Lopes dividimos uma meia dúzia de cervejas, empanadas e pratos de peixe chileno com André Forastieri, em um papo sobre Bizz, Folha de S. Paulo, General, a "morte do rock", games e muitas teorias, risadas e bobagens.

De todo o programa, uma frase ficou na cabeça pelos últimos dias. "Steve Jobs é o John Lennon dos dias de hoje". É só uma das ótimas frases de Forastieri. Chega mais pra ouvir aqui embaixo, em um papo delicioso, que, incluso as músicas, tem quase três horas. Mas vale. Eu garanto. (Só não digo que devolvo porque não consigo devolver seu tempo, caro leitor/ouvinte). 

 PS: Como de costume, mandei ver "o novo pop português" na trilha do programa. Os lembrados da vez foram os rapazes do Dead Combo, com "Waiting for Nick at Rick's Café".


18 de jun. de 2014

Bilhões em Jogo

Na última semana, o mundo dos games mostrou mais uma vez porque é um dos setores mais rentáveis da indústria do entretenimento. Considerado o maior evento da área dos jogos eletrônicos, a Electronic Entertainment Expo (E3) chegou à sua vigésima edição, transformando a cidade de Los Angeles em palco para o anúncio de grandes lançamentos, prontos para ocupar os controles, telinhas e telonas dos jogadores nos próximos anos.

Se em 2013 a feira foi marcada pelo anúncio de uma nova geração de videogames, liderada por PlayStation 4 (Sony) e Xbox One (Microsoft), este ano foi a vez dos novos títulos que deverão atrair os jogadores para estes consoles. No geral, o que se viu foi uma aposta em nomes mais conhecidos dos fãs.

Respire fundo: foram anunciadas sequências ou reinvenções de Zelda, Call of Duty, Pokemon, Sonic, Tomb Raider, FIFA, Assassin’s Creed, Star Wars, Mortal Kombat, Halo, Battlefield, Civilization, Metal Gear Solid, Doom…

A maior feira de games do mundo e a batalha dos consoles foram motivo de outra matéria principal do Link de segunda-feira (o "Link no papel", como a gente diz por lá). Dessa vez, dividi os trabalhos com o parceirão Murilo Roncolato ao tentar mostrar as tendências desse setor da indústria do entretenimento que já fatura mais que música e cinema juntos e que só deve crescer nos próximos anos. Além disso, demos uma geral em números bacanas e no sistema de funcionamento da indústria de games.

Pra quem quiser mais, vale também acompanhar o Que Mario?, blog que eu, o Murilo e o Luiz Fernando Toledo, repórter de Educação do Estadão, fazemos juntos. 

17 de jun. de 2014

Sem Querer, Querendo...



Lá vem o Chaves, Chaves, Chaves… todos atentos de olho no videogame! Pelo menos é o que espera a produtora mexicana Slang, responsável pelo game Chaves Kart, que chega às lojas brasileiras nesta terça-feira, no mesmo dia do jogo entre Brasil e México pela Copa do Mundo. Disponível para PlayStation 3 e Xbox 360, o jogo coloca o menino do barril, Quico, Professor Girafales e outros personagens da turma criada pelo comediante mexicano Roberto Bolaños para correr em pistas divertidas, no melhor espírito Mario Kart.

Entretanto sua semelhança extrema com o jogo de corrida da Nintendo é talvez a maior falha de Chaves Kart, especialmente no momento em que Mario e seus amigos também voltam às pistas no Wii U. O formato dos dois games é extremamente parecido: circuitos simples se agrupam em torneios, que, ao serem vencidos, podem ser desbloqueados – bem como alguns dos personagens da turma de Bolaños. As pistas também lembram outra característica importante de Mario Kart, ao relembrar episódios específicos (Acapulco, Tamagandapio) e personagens (a Bruxa do 71 é tema de uma das corridas).

A Turma do Barril criada pelo mexicano Roberto Bolaños ganhou seu próprio jogo de Kart, lançado no Brasil na terça-feira, 17. Fiz uma análise rápida dos pontos fortes e fracos de Chaves Kart, que está disponível para PS3 e Xbox 360 e custa R$ 100. Para mais novidades de games, repito: dê uma olhada no Que Mario?, o blog de games que eu tenho com o Murilo Roncolato e o Luiz Fernando Toledo no Link. 

12 de jun. de 2014

Fazendo Origami

FOTO: Reprodução
Não foi criança quem nunca dobrou papel na escola, fez um aviãozinho pra jogar na cabeça do colega de sala ou um barquinho pra nadar na correnteza da chuva. Mas, com os tempos modernos e digitais, nem sempre ficar dobrando papel a esmo pode ser uma boa ideia. 

Entretanto, se você continua gostando de origamis e coisas assim, não tem problema: você pode se divertir com o Paperama, um jogo muito divertido lançado há cerca de um mês para Android. 

 No melhor esquema de pontuação com uma, duas ou três estrelas, consagrado por jogos mobile como Candy Crush Angry Birds, o Paperama tem três fases, cada uma com 72 níveis diferentes, que vão de coisas simples como "dobre um quadrado" até "faça um cisne". Se você quer saber mais sobre o game, assista o vídeo que nós gravamos explicando como ele funciona.

 

 Quer baixar o Paperama? Clique aqui.  Não consegue ver o vídeo? Clique aqui.

(Originalmente publicado no Que Mario?)

10 de jun. de 2014

Pop, Girls, Etc #08 - Lenço Enxuto

A mixtape dessa semana nasceu como perfeita justaposição à anterior; ou quase: se a da semana passada era a Menina, com cinco vozes femininas como destaque, agora é a vez dos homens falarem sozinhos. A seleção, entretanto, não responde apenas por quaisquer cantantes: são caras e canções que, de certa forma, sempre volto a ouvir em alguns momentos específicos, falando sobre o ser masculino, dando conselhos ou simplesmente cantando sobre amor. 

É o mestre Bruce Springsteen falando sobre homens pobres que querem ser ricos e ricos que querem ser reis, é John Lennon dando um toque pra segurar a barra ou Jason Pierce contando uma história sobre amor e fogo. É Helio Flanders dizendo que o que importa é o que te quebra em duas cidades ou Beto Só declamando uma linda balada sobre a questão mais contemporânea de todas: o tempo contra nós. E é a dupla Samuel Úria (autor de "Menina", que dava título à última mixtape) e Manel Cruz (vocalista dos Ornatos Violeta, presentes na primeira edição da PGE) dividindo a faixa título, "Lenço Enxuto", do último disco de Úria, lançado no ano passado. 

Pop, Girls, Etc #08 - Lenço Enxuto

Bruce Springsteen - "Badlands"
Samuel Úria & Manel Cruz - "Lenço Enxuto"
Beto Só - "O Tempo Contra Nós"
Mauro Motoki - "História Geral"
Gram Parsons - "She"
John Lennon - "Hold On"
Vanguart - "Para Abrir Os Olhos"
Rod Stewart - "Reason to Believe"
Nick Cave - "Into My Arms"
Spiritualized - "Too Late"

Ouça no Mixcloud: 



Baixe no Mediafire

Ouça as outras mixtapes Pop, Girls, Etc.
#01 - Tigres de Papel
#02 - Pelicano
#03 - Be Má Beibe
#04 - Tó-Zé
#05 - Häagen Dazs
#06 - Dê
#07 - Menina

PS: A foto da capa desta mixtape é talvez a mais recente usada até agora: tirei-a há uns dois meses, voltando pra casa depois de um fechamento em uma sexta-feira à noite. Velhinhos no metrô são uma grande paixão fotográfica deste que vos fala.