30 de abr. de 2015

Mighty Morphin Brazilian Rangers

Ser dublê talvez seja uma das profissões mais chatas do mundo: afinal, você faz todo o trabalho sujo, e quem ganha o crédito é alguém com um rostinho bonito. Não é de se impressionar, porém, o que acontece com os cinco protagonistas de Chroma Squad, novo jogo da produtora brasiliense Behold: depois de um dia difícil nos trabalho, essa turma de cinco dublês joga tudo para o alto e resolve começar seu próprio seriado de super sentais -- séries de tevê japonesa com heróis coloridos e robôs gigantes.

Filmar as cenas desse novo programa de TV, criar fantasias com massinha de modelar e fita crepe, combater monstros e tentar ganhar algum dinheiro (e fãs) é a tarefa do jogador em Chroma Squad. Após dois anos de desenvolvimento e uma bem-sucedida campanha de crowdfunding no Kickstarter, arrecadando US$ 97 mil, Chroma chega às lojas virtuais (Steam, Humble Store, GOG, Splitplay e Nuuvem) para PC, Mac e Linux nessa quinta-feira (30), compondo uma interessante safra de games brasileiros neste ano de 2015.

Meu jogo brasileiro favorito desse ano até aqui, Chroma Squad é um exemplo a ser seguido pela indústria brasileira de videogames. Para quem quiser saber porque, deixo aqui a entrevista com o pessoal da Behold Studios, e também o meu review do jogo para o IGN. 

28 de abr. de 2015

Não Olhe Pra Trás

"Atenção, chegô Chatuba, hein! Atenção, chegô Chatuba, hein! Vamo esculachá!".

Na cidade que pode se gabar de ter algumas das mesquitas mais famosas do mundo, o time brasileiro da INTZ eSports se inspirava no vigor do funk da cidade fluminense de Mesquita para sentir confiança em seu jogo. Naquela quarta-feira, 22 de abril, os campeões brasileiros de League of Legends tinham três partidas pela frente no International Wild Card Invitational, e precisavam vencer a maioria delas para se manter vivos na competição. A decepção foi geral -- especialmente para quem achava que os brazucas eram favoritos no International Wild Card Invitational (IWCI). Não precisa estranhar a sigla: trata-se de um campeonato de League of Legends em Istambul realizado entre 21 (terça-feira) e 25 de abril (sábado). 

No ritmo do funk, no entanto, a incerteza do time da INTZ não aparecia -- o que se via no ônibus era um grupo de jovens empolgados, digno de qualquer turma de estudantes recém-chegados à universidade. Todos ali estavam fazendo sua primeira viagem para fora do país na vida, e a derrota não passava por suas cabeças, mais ocupadas em trocar mensagens em seus smartphones, fazer piadas de teor levemente sexual ou explicar para os jornalistas presentes como é que a brincadeira de conversar com a imprensa funcionava. "Tem três coisas que a gente não fala publicamente: comer, c* e mulher", explica Gabriel 'tockers' Claumann, um dos principais jogadores do time na competição, enquanto fazia caretas a cada vez que um repórter mostrava uma câmera. Líder por autoafirmação do time, o jungler Gabriel 'Revolta' Henud sintetiza a filosofia do grupo: "Se ligar uma câmera, eu vou de mozão a filho da p*** em apenas um minuto".

Passei uma semana em Istambul em abril acompanhando o time da INTZ eSports, campeões nacionais de League of Legends, durante a disputa do International Wild Card Invitational (IWCI). Além da cobertura do campeonato, que rolou no IGN Brasil, fiz esse texto, um retrato dessa turma de garotos em sua primeira viagem internacional, curtindo vitórias e derrotas. Chega mais -- e não esquece de colocar o Oasis pra tocar. 

8 de abr. de 2015

Zoom!

Uma quadrinista ama (e escreve sobre) um diretor de cinema, que dirige um filme sobre uma modelo brasileira, que nas horas vagas escreve um livro sobre uma quadrinista que escreve... Entre um poema antigo de Drummond e um triângulo perfeito de Escher (aquele das imagens cheias de ilusões de ótica), o filme brasileiro Zoom, previsto para estrear no final de 2015, aposta em uma pegada pop que raramente se vê na produção cinematográfica nacional.

Dirigido pelo estreante Pedro Morelli, o longa-metragem conta com Alison Pill, Gael Garcia Bernal e Mariana Ximenes nos papeis principais, além de participações especiais de Jason Priestley (de Barrados no Baile) e Claudia Ohana. Apesar das presenças estrangeiras e da equipe brasileira, Morelli vê o trabalho como um filme global.

Não vejo a hora de outubro chegar: Zoom, do diretor brasileiro Pedro Morelli, promete estabelecer um novo patamar para o cinema pop nacional. Visitei a O2 Filmes durante o processo de finalização do filme e... mais conto lá no IGN Brasil. 

7 de abr. de 2015

É o Come-Come

Já dá até para ouvir o Galvão Bueno dizendo: “É do Bra-sil-sil-sil!”. Krinkle Krusher, criado pela produtora mineira Ilusis, chega à PS Store nesta terça-feira (7) fazendo história nos games brasileiros, sendo o primeiro jogo nacional lançado para o PlayStation 4 -- e também para PlayStation 3 e para PS Vita. Disponível por US$ 9,99, o game será primeiro disponibilizado nas Américas, e fez parte do programa de incubação da Sony na América Latina.

“Queríamos fazer um game com o tamanho e a expertise da nossa equipe”, diz o CEO da Ilusis, Rodrigo Mamão, que chefia um time de dez pessoas em Belo Horizonte. O IGN Brasil bateu um papo por telefone com Mamão na última semana para falar sobre o lançamento, que levou um ano para ser concluído. “Tentamos trabalhar com personagens interessantes. Foi daí que surgiram os Krinkles, criaturas que comem e destroem tudo que veem pela frente”, explica o executivo.

É uma honra e uma grólia fazer a cobertura de games brasileira em um momento importante como esse -- afinal, não é todo dia que o cenário verde-amarelo conseguiu lançar um jogo para o videogame da geração atual. Pessoal da Ilusis é bacana demais, e foi divertido conversar com eles sobre o bacanudo Krinkle Krusher.