28 de set. de 2012

10 impressões do Rio de Janeiro

É muito fácil amar uma cidade como essa - ou "o amor verdadeiro não tem vista para o mar"

Em poucas palavras: o Rio de Janeiro é um prazer para os olhos. Das pernas das cariocas (ou não) à vista aérea que se tem da cidade de cima do Pão de Açúcar, quase tudo o que vi na capital fluminense foi um deleite para os olhos, um pedido para deixar o corpo bambo de tanta boniteza. À seguir, comento dez coisas que fiz nesse último fim de semana, quando eu, meus pais e minha irmã fomos à Cidade Maravilhosa, em uma ideia de gênio do meu pai. No lugar de uma festinha de aniversário, dois dias no Rio. Não deu tempo para ver muita coisa na cidade (ao fim do que vi, traço planos para o que quero ver na próxima vez), mas acho que consegui conhecer um bocado de coisas legais na cidade.

24 de set. de 2012

Direto de Portugal: Festival Nova Música

Meu companheiro de aventuras no curso de jornalismo da ECA, Victor Francisco Ferreira deixou seu apartamento de um dormitório no Butantã por um semestre para se embrenhar na querida terrinha de Portugal, estudando (e se divertindo bastante) na Universidade Nova de Lisboa. O que publico a seguir é um relato do querido Victão, como o chamamos cá, sobre o Festival Nova Música, que reuniu bandas portuguesas no último final de semana. Entre elas, Os Pontos Negros, de quem já falei neste espaço. Com a palavra, Victão: 

Jonatas Pires e Filipe Sousa, d'Os Pontos Negros
Minha primeira sexta-feira em Lisboa não começou muito movimentada. Três partidas de PES, o trabalho de montar espetinhos (ou espetadas) para o churrasco organizado pelos moradores da Residência Alfredo de Sousa e, claro, o churrasco. Foram estas as atividades que prepararam meu dia para o Festival Nova Música, que ocorreu no Campus de Campolide, próximo à estação de metrô (ou metro) São Sebastião, em Lisboa.

Neste mesmo espaço há algumas faculdades da Universidade Nova de Lisboa, como a Faculdade de Direito e a Faculdade de Economia, e também a Residência Universitária Alfredo de Sousa, onde moro. À noite, fui com meus colegas de Residência, muitos deles brasileiros, ao palco Antena 3, dedicado a grupos de rock contemporâneo português. Perdi os shows das bandas The Kafkas e Ciclo Preparatório. Cheguei apenas para a terceira apresentação, de Biancard.

21 de set. de 2012

ESPECIAL: As 20 melhores músicas do R.E.M.

"Um homem sábio disse certa vez que a grande virtude na arte de ir a uma festa é saber quando é hora de partir". Há exato um ano, foi com essa frase que o cantor Michael Stipe explicou o fim de sua banda, o R.E.M. Em 32 anos de carreira, o grupo de Stipe, do baixista Mike Mills, do guitarrista Peter Buck e do baterista Bill Berry (que deixou a banda em 1997) gravou 15 álbuns de estúdio e mais de 200 músicas.

Mas, ouvindo a discografia toda da banda, parece muito mais que isso: eles foram uma das primeiras bandas independentes norte-americanas a romper a barreira do underground, pavimentando o caminho para Kurt Cobain e seu Nevermind; souberam como poucos utilizar a linguagem do videoclipe para veicular suas ideias, têm um dos vocalistas mais versáteis e um dos guitarristas mais inspirados da história do rock, além de criar canções marcantes, enérgicas, sentimentais, melancólicas e impactantes - tudo isso ao mesmo tempo, se for possível.

Ou, para simplificar, talvez bastasse dizer que "estamos diante de uma das três melhores bandas de rock do mundo em atividade nos últimos 20 anos (escolha as outras duas)".

Para celebrar a banda e relembrar a data de término do grupo americano, o Pergunte ao Pop reuniu jornalistas e críticos de música para escolherem as melhores canções do R.E.M. Foram 21 votantes, de diversos cantos do Brasil, que votaram nas suas cinco canções favoritas: a cada uma delas foi dada uma pontuação (5 para a 1ª colocada, 4 para a 2ª e assim por diante), e dessa pontuação geramos o ranking que você lê abaixo. Além disso, os votantes também escreveram depoimentos, justificativas ou pequenas historinhas sobre as suas músicas preferidas - e são esses textos que, de certa maneira, servem como explicação para a escolha dessas (e não de outras) faixas do R.E.M nessa lista. 

42 canções de 14 dos 15 discos (só Reckoning, de 1984, ficou zerado) foram citadas pelo Colégio Eleitoral do Pergunte ao Pop. As 20 primeiras colocadas, você conhece a partir de agora, abaixo. Para quem ficou curioso sobre a lista inteira - e quais foram os votos e as justificativas de todos os votantes, disponibilizamos a íntegra dos votos aqui. Ao final de tudo, você confere a lista dos votantes. Se você ainda não mergulhou na obra do R.E.M., acreditamos que essa é uma boa oportunidade para começar. Se você é fã da banda, feche os olhos e sonhe com a gente.

18 de set. de 2012

Melhor Hambúrguer da Cidade: Seu Oswaldo

Desde que comecei essa humilde seção aqui no Pergunte ao Pop, muitos amigos me recomendaram a lanchonete do Seu Oswaldo, no Ipiranga - e devo dizer que pelas descrições, a ansiedade em visitar a tradicional casa era bem grande. 

Localizado na rua Bom Pastor, 1659, a Lanchonete do Seu Oswaldo é um salão sem placa ou banner na porta, com apenas um grande balcão (onde cabem umas 30 pessoas) e quatro mesas, sem o requinte ou o luxo das casas que se proclamam hamburguerias gourmet (e cobram caro por isso,  devo lembrá-lo, caro leitor).

Eleito recentemente pela revista Veja São Paulo como o melhor hambúrguer de 2012, a casa estava bem cheia às oito horas de um sábado à noite, quando fui até lá com o amigo Yuri Gallinari. O sistema lá é bem simples: você chega, pede o que quer e fala o seu nome para um dos atendentes (que também se revezam como garçons e chapeiros, ao melhor esquema todo mundo faz tudo). 

Quando vaga um lugar no balcão, os próprios atendentes te chamam para sentar, e depois de um tempo, eles te entregam o sanduíche. A conta, no final da refeição, é feita de cabeça, em papel e caneta, à moda antiga, podendo ser paga apenas em dinheiro ou cheque. Entretanto, devido à lotação, esperamos uma boa meia hora entre fazer o pedido e sentar no balcão (e mais uns dez minutos até os lanches chegarem), o que aumentou muito a minha fome e a do Yuri.  

Outra coisa legal do seu Oswaldo é que a chapa fica à vista do balcão, o que é sempre bacana para saciar a curiosidade de quem quiser saber como são feitos os hambúrgueres. E apenas eles: no seu Oswaldo, não existem porções, e quem não quiser atacar de hambúrguer, terá de se contentar com um misto-quente ou um hot-dog. 

Como eu estava com fome, pedi logo dois lanches. Acompanhados de uma Coca-Cola (em garrafa de vidro!), um X-Salada (R$8,60), que é o que faz a fama da casa, e um X-Bacon Maionese (R$ 12,90), como sempre faço para testar os lugares novos que vou, uma vez que contém os cinco ingredientes básicos: pão, carne, queijo, bacon e maionese.

Não há grandes diferenças entre os dois lanches, que basicamente se compõe de pão, carne, queijo, maionese e um molho de tomates feito pela casa - para o X-Salada, acrescente apenas uma folha de alface, e no X-Bacon, bons pedaços do melhor vegetal do mundo, tostadinho.

Para ser bem sincero, me decepcionei um bocado com o seu Oswaldo, embora deva deixar claro que as expectativas eram bem altas. A maionese feita pela própria lanchonete não tem nenhum gosto em especial, pouco acrescentando aos lanches, e o tão falado molho de tomates também não somou muito ao paladar dos sanduíches. O trio de ferro pão-carne-queijo não se destaca individualmente, mas tal qual Chalaça, José Bonifácio e D. Pedro I, garantem um bom resultado para o escreve do bairro do Grito da Independência. E explicando a diferença da nota dos dois sanduíches: o bacon tostadinho do X-Bacon dá muito mais sabor à refeição do que a tenra folha de alface do X-Salada, como era de se esperar.

Pelo preço, pela simpatia da casa (apesar da demora), pela localização bacana (o Ipiranga é um bairro vizinho de São Caetano, e uma das vizinhanças mais legais de São Paulo), pelo acompanhamento da Coca em garrafa de vidro e pela honestidade do hambúrguer, devo dizer, entretanto, que o seu Oswaldo merece uma segunda visita. I'll let you stay tuned.  

Nota: 3 fatias de bacon (X-Salada)
3,5 fatias de bacon (X-Bacon Maionese)

Ranking MHC Pergunte ao Pop:

1 - Bombom Black, Lanchonete da Cidade - Itaim (4,5) 
2 - X-Bacon Maionese, Lanchonete D'Sampa - Brooklyn (4) 
3 - X-Bacon Maionese, Rock & Burger - Galeria do Rock (3,5) 
3 - X-Maionese Cebola Frita, Frevo - Augusta (3,5)
3 - X-Bacon Maionese, Lanchonete do Seu Oswaldo - Ipiranga (3,5)
6 - X-Bacon Maionese, The Fifties - Itaim (3) 
6 - X-Salada, Lanchonete do Seu Oswaldo - Ipiranga (3)
8 - Barbecue Burger, America - São Caetano (2,5)
9 - Maracanã Burguer, Cervejaria Nacional - Pinheiros (2,5)
10 - Gran Burger BBQ, General Prime Burger - Itaim (2) 
11 - #1, The Rockets - Jardim Paulista (1,5)

16 de set. de 2012

Entrevista: Harmada


"Entre os diversos jeitos de se classificar uma banda, um dos mais peculiares é o da vergonha. É o que diferencia grupos que tem e que não tem vergonha de fazer canções com apelo pop - como se, em algum momento perdido da história da música pop, alguém tivesse decretado que fazer bonitos e fáceis refrões fosse um pecado capital. A Harmada, nova empreitada de Manoel Magalhães, um dos melhores letristas da geração anos-00, pertence claramente ao time das desavergonhadas". 

Foi dessa maneira que, no ano passado, apresentei o primeiro disco da Harmada, Música Vulgar para Corações Surdos, que tocou bastante aqui em casa em 2011, especialmente por suas bonitas canções pop "Avenida Dropsie" e "Carlos e Cecília". Recentemente, a banda, que é formada por Manoel nos vocais e guitarras, conta com Brynner Mota na guitarra solo, Juliana Goulart na bateria e Eliza Schinner no baixo, lançou um clipe novo. 

"Luz Fria", em p&b sofisticado, é inspirado em George Meliés e em toda uma estética do cinema mudo, pegando um pouco de carona na dupla "O Artista" e "A Invenção de Hugo Cabret". O lançamento do clipe serve como desculpa para essa entrevista, na qual o vocalista Manoel Magalhães fala um pouco sobre a situação da banda em 2012, comenta uma declaração sobre a cena carioca que fez anteriormente no Scream&Yell (em boa entrevista feita por Jorge Wagner) e fala sobre planos para o futuro. 




14 de set. de 2012

Entrevista S&Y: Lestics


Saiu nessa quarta-feira (ou seja, ontem) a minha entrevista com os rapazes do Lestics, que estão lançando seu quinto disco de estúdio, História Universal do Esquecimento. Gestada entre fevereiro e agosto, a conversa que tive com a banda discutiu não só o novo álbum, como também a trajetória dos caras até aqui, o cover que eles fizeram para "Poor Places", do Wilco, e temas como cantar em português, fazer poucos shows, compor a letra perfeita e usar editais e crowdfundings para gravar novas canções. Fiquei bem feliz com o resultado final - e espero que vocês curtam também. O papo está disponível no Scream & Yell, e quem curtir a entrevista (ou não, né) pode baixar o disco no site oficial da banda, ou ouvi-lo aqui embaixo na íntegra: 



11 de set. de 2012

Melhor Hambúrguer da Cidade: Frevo


Meio escondido, quase na esquina da rua Augusta com a Luís Coelho, o Frevo (chamado por seus habitués de "Frevinho") é o que se pode chamar de uma relíquia paulistana. Isso graças a duas coisas: a decoração, que poderia ser vintage, mas é antiga mesmo, e os beirutes da casa, que agradam os animais fantásticos (brincadeirinha, viu, gente) que habitam a rua Augusta. Mas calma, caro leitor: o repórter aqui não ficou louco, e essa seção do blog continua procurando o melhor hambúrguer da cidade, dessa vez seguindo a pista dada pelo mestre Wagner Souza e Silva (que me deu ótimas aulas de Fotojornalismo e deve sentir vergonha das fotos dos hambúrgueres tiradas aqui). 

Acompanhado da Camila Leal em uma tarde de domingo tranquila e calorenta em São Paulo, pedi de saída uma porção de batatas fritas (R$8,50), que apesar de meio toscas na execução (leia-se: um pouquinho de óleo e crocância a mais que o desejável), eram bem boas. A maionese da casa, porém, cobrada à parte, fica devendo bastante, sendo muito mais uma graxa do que um diferencial no sabor. 

Já o lanche que eu pedi, um X-Maionese com cebola frita, me lembrou muito o time do Corinthians que ganhou a Libertadores de 2012 - e não digo isso porque o sanduíche do Frevinho conseguiu algo que parecia impossível, mas sim porque ele celebra a força do conjunto. 

Assim como era difícil apontar um jogador incrível do time de Tite, é difícil apontar o ingrediente que se sobressai no X-Maionese Cebola Frita. O pão é OK, a carne não é nada demais (e veio um pouquinho tostada demais por fora), e a maionese, como já dito, não faz grande diferença. Entretanto, quando esses ingredientes se juntam, eles são capazes de superar o lanche com o bacon-Neymar, ou aquela maionese-Riquelme incrível. 

Vale ainda dizer duas coisas sobre o X-Maionese Cebola Frita: a primeira é que dá para sentir que é um lanche que pode render mais - especialmente se a carne viesse um pouco menos tostada. A outra é que é um lanche barato (para os padrões do MHC, não para o meu salário de estagiário), que pesa menos na folha de sal..., no bolso do leitor. Entretanto, uma advertência: a cebola, apesar de bem boa, se ligou ao queijo e à maionese que nem o pentelho do Jorge Henrique, tornando bem difícil a tarefa de comer o lanche sem sujar muito os dedos. 

Pra encerrar a partida, eu e a Camila ainda dividimos um sorvete, apelidado carinhosamente de Capricho (R$9,70): uma bola de sorvete, calda quente e farofa doce de castanha. É bom, é bem bom, mas é meio anos 80: tem farofa até dizer chega. 

Nota: 3,5 fatias de bacon 

Ranking MHC Pergunte ao Pop (work in progress):

1 - Bombom Black, Lanchonete da Cidade - Itaim (4,5) 
2 - X-Bacon Maionese, Lanchonete D'Sampa - Brooklyn (4) 
3 - X-Bacon Maionese, Rock & Burger - Galeria do Rock (3,5) 
3 - X-Maionese Cebola Frita, Frevo - Augusta (3,5)
5 - X-Bacon Maionese, The Fifties - Itaim (3) 
6 - Barbecue Burger, America - São Caetano (2,5) 
6 - Maracanã Burguer, Cervejaria Nacional - Pinheiros (2,5) 
8 - Gran Burger BBQ, General Prime Burger - Itaim (2) 
9 - #1, The Rockets - Jardim Paulista (1,5)

9 de set. de 2012

A Visita Cruel do Tempo

“Você tem lido algumas cartas antigas, sorri e percebe o quanto você mudou. 
Todo o dinheiro do mundo não trará aqueles dias de volta"

(“This is the Day”, The The)

Sensação literária dos últimos meses no Brasil e no exterior, “A Visita Cruel do Tempo”, da escritora norte-americana Jennifer Egan, é um daqueles livros que dão para o leitor a impressão de que é fácil demais escrever bem. A sensação não é à toa. Em treze capítulos, divididos em um lado A e um lado B (à maneira de um antigo disco de vinil), Jennifer explora diferentes maneiras de se contar uma história, brincando com personagens cujas trajetórias se entrelaçam. E, aliando forma e conteúdo, ela mexe com a não-linearidade da narrativa para refletir sobre a passagem do tempo, em um livro que venceu o Prêmio Pulitzer em 2011. 

Não há um personagem ou um espaço-tempo que que guie “A Visita Cruel do Tempo”, mas sim pontos de ligação entre figuras e lugares. Dessa maneira, em 336 páginas, somos apresentados a pessoas como Bennie Salazar, um produtor de discos divorciado morando num rico subúrbio; Rhea, uma adolescente punk na Califórnia dos anos 80; Dolly, uma assessora de imprensa que caiu em desgraça e volta à ativa para ajudar um ditador do terceiro mundo; Charlie, uma jovem que acompanha o pai e o irmão em um safári na África; ou a garota Alison Blake, cujo irmão se dedica a inventariar as grandes pausas do rock'n roll.

6 de set. de 2012

Independência... ou Música!

Para quem estava com saudade, as mixtapes comemorativas do Pergunte ao Pop voltaram! Dessa vez, o tema delas é Independência, em homenagem aos 180 anos do Grito do Ipiranga. Para celebrar essa data dessa "terra tão querida", reuni Beatles, Rolling Stones, Chico Buarque, R.E.M. e George Michael, entre outros. O resultado você confere aqui abaixo - livremente, sem precisar pagar um tostão (tudum-tss).

Independência... ou Música! by Bruno Capelas on Grooveshark

4 de set. de 2012

À Imagem e Semelhança de Roberto Carlos

Desde o final dos anos 1980, o cineasta americano Cameron Crowe conquistou fãs no mundo inteiro com seus filmes, que têm como força maior a capacidade de emocionar contando uma boa história. Seus roteiros, apesar de um terem finais previsíveis, contém sacadas interessantes em seu miolo, exibindo personagens que carregam consigo algum trauma do passado e que conquistam uma redenção pessoal, bem à moda americana. 

Capaz de retirar grandes atuações de atores nem sempre tão inspirados (como o Tom Cruise de “Jerry Maguire” e o Orlando Bloom de “Elizabethtown”), Crowe também é adorado (e às vezes citado apenas) por saber utilizar como poucos a trilha sonora. Ex-repórter da revista “Rolling Stone”, o diretor é um garimpeiro de canções pop, sendo responsável por algumas das cenas musicadas mais legais do cinema. O coral de “Tiny Dancer” em “Quase Famosos” ou a serenata moderna de John Cusack ao som de “In Your Eyes” em “Digam o Que Quiserem” são dois exemplos disso. 

Em “À Beira do Caminho”, que vem sendo descrito por aí como “aquele filme que tem as músicas do Roberto Carlos”, o diretor Breno Silveira (“2 Filhos de Francisco”) realiza o longa-metragem que Crowe faria se tivesse nascido no Brasil, tivesse rodado um país inteiro na boleia de um caminhão que acompanhava o Rei (e não no ônibus de turnê do Led Zeppelin).

2 de set. de 2012

Melhor Hambúrguer da Cidade: Lanchonete da Cidade

Um dos maiores dilemas do jornalismo gastronômico, dizem por aí, é a questão do jornalista/veículo pagar pela comida consumida - comer de graça é algo que deixa qualquer pessoa com algum bom senso feliz, o que obviamente atrapalha a isenção de quem está escrevendo sobre aquele prato. Foi nesse tipo de coisa que fiquei pensando enquanto ia para a Lanchonete da Cidade (na filial do Itaim, em uma das ruas mais caras de São Paulo, a Amauri) na sexta-feira, depois de ganhar de presente na redação do iG dois vales para comer um lanche novo da casa, acompanhado de uma sobremesa. Dito isso, deixando o jogo aberto com o leitor, vamos à mesa. 

Habitada por engravatados, coxinhas e endinheirados em geral (como as pré-adolescentes da mesa ao lado que trocavam presentes da Daslu), a Lanchonete da Cidade é o que pode se chamar de hamburgueria de grife. Acompanhado da amiga Camila Leal (dona da minha segunda casa, na Vila Mariana), pedimos de saída uma Batata Rústica (R$14,50), entrada tradicional da casa. 

Cortadas à moda portuguesa (em rodelas), e acompanhadas de dentes alho frito e alecrim, as batatas vem bem fritinhas, naquele ponto certo entre a crocância da casca e o interior molinho. Uma belezinha - especialmente porque o prato considera o alho como um ingrediente, e não apenas um tempero. Junto da batata, uma Soda Antarctica - sim, o local tem apenas refrigerantes da Ambev (e eu tive de ouvir o irritante "Pode ser Pepsi?" mais uma vez. Malditos publicitários). 

Confesso que fiquei um pouco confuso quando me falaram, tempos atrás, que o carro-chefe da Lanchonete da Cidade era um lanche chamado Bombom (que contém 220g de carne, molho de tomate e complementos à escolha, custando no mínimo R$ 23,50). Exclusivo da unidade do Itaim, o Bombom Black (R$32) é uma versão ainda mais elitizada do Bombom, embora mais econômica - trata-se apenas de um sanduíche com pão, carne e queijo. Porém, meus amigos, que pão, que queijo e que carne! 

Levíssimo, o pão (que mais parece um bagel) é um contraponto perfeito à porrada no estômago que são os 220g de carne selecionada, que chega da chapa tostada por fora e muito sangrenta por dentro. O queijo mussarela, bastante derretido, cumpre bem a função de dar liga ao lanche, juntamente com parte do sangue que sai da carne, deixando o Bombom Black bastante longe de ser seco. 

Saboroso do primeiro ao último pedaço, o Bombom Black dispensa dois dos cinco ingredientes básicos para se avaliar um lanche (pão, carne, queijo, maionese e bacon) e conquista com louvor o primeiro lugar do Melhor Hambúrguer da Cidade, perdendo apenas meia fatia de bacon por seu preço (R$32 é uma facada, concordemos, em termos de custo-benefício) e pela quantidade exagerada de carne - 180g estaria de muito bom tamanho. 

Nota: 4,5 fatias de bacon

Ranking MHC Pergunte ao Pop (work in progress):

1 - Bombom Black, Lanchonete da Cidade - Itaim (4,5)
2 - X-Bacon Maionese, Lanchonete D'Sampa - Brooklyn (4)
3 - X-Bacon Maionese, Rock & Burger - Galeria do Rock (3,5) 
4 - X-Bacon Maionese, The Fifties - Itaim (3) 
5 - Barbecue Burger, America - São Caetano (2,5)
5 - Maracanã Burguer, Cervejaria Nacional - Pinheiros (2,5)
7 - Gran Burger BBQ, General Prime Burger - Itaim (2)
8 - #1, The Rockets - Jardim Paulista (1,5)