9 de jul. de 2014

Melhor Hambúrguer da Cidade: Let's Burger

Yo, Adrian!
Já falei em colunas anteriores que, apesar da onda gourmet, o crescimento do número de hamburguerias por aí tem provocado coisas interessantes em lugares pouco afeitos a comer algo além do "dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles, tudo num pão com gergelim". É o caso de uma cidade como São Caetano, que nunca teve grandes lanchonetes tradicionais pra chamar de suas, e agora recebe casas com propostas interessantes - como a TriBeCa, já citada aqui, e a Let's Burger, totalmente inspirada nos anos 80. Estive lá no último sábado pra comemorar o aniversário de casamento dos meus pais, junto com os dois e a pentelha da minha nem-tão-pequena irmã. 


Como convém a uma lanchonete com ambições de viagem no tempo, a Let's Burger impressiona já na entrada por sua caracterização específica: apesar da fila de espera de cerca de meia hora, deu pra sentar no balcão, pedir uma (ok, você venceu!) batata frita e ficar admirando a decoração. Na TV, passava "O Clube dos Cinco", enquanto atrás do barman estavam postos em uma estante clássicos como o Telejogo (Pong, para os íntimos), patins, ou uma versão em playmobil dos rapazes alegres do Village People. Até mesmo no banheiro haviam brincadeirinhas e lembranças de refrões pop e citações de filmes da época. 



Como a ocasião era especial, nos afundamos nas entradas antes de escolher os hambúrgueres. Pra começo de conversa, mandamos ver uma porção de batata rústica (R$ 14,00), cortada em rodelas e temperada com alho, sal grosso e alecrim. Além de vir em uma pequena caneca, a porção chegou à mesa menos crocante do que o esperado, e em porções reduzidas. Tudo bem que nós estávamos em quatro para apenas umas poucas batatinhas, mas ainda assim, não deu para preencher o começo do buraco no estômago. Ainda na fila de espera, também pedimos uma porção de mandiopã (R$ 9,50), aquele baconzitos quase saudável feito de mandioca, que você frita e parece um pedaço de ar. Novamente, o problema da porção reduzida apareceu, embora tenha sido uma boa pedida. 

Batata Rústica e o mandiopã
Já na mesa, de frente a LPs dos Smiths, Michael Jackson e Tears for Fears, fechamos a conta das entradas com o Mexicoração (R$ 19,00), uma versão latinoamericana das batatas fritas tradicionais: fritas e com o formato de canoa, as salgadinhas podiam ser apreciadas junto com molhos de guacamole e chili, que acompanhavam a porção. Como diria um velho ditado meu, a terceira vez é a que conta: de todas as pedidas, o Mexicoração foi a que mais se bem sucedeu, especialmente no custo-benefício. 

Na sequência, os hambúrgueres, e é óbvio em que se tratando de uma casa temática, o cardápio engraçadinho não poderia deixar de aparecer. Acho que faz parte da brincadeira, e nesse caso, apesar de alguns deslizes (por exemplo, ter um lanche chamado McCartney, que é claramente um ícone dos 60s e 70s, mas muito menos dos 80s), a coisa até que funciona bem. Meu pai e minha irmã atacaram o Footloose (R$ 23), uma combinação que inclui carne, uma crosta de alho frito, bacon e a maionese da casa (sim, não tem queijo). Já a minha mãe atacou o McCartney, um honroso hambúrguer vegetariano feito a partir de berinjela e tomate seco (e eu, carnívoro que sou, aprovei). 

Já eu resolvi olhar fundo no olho do tigre e inventei de duelar contra o Rocky (R$ 28), que contém hambúrguer de fraldinha empanado, molho de tomate, queijo prato e uma crosta de parmesão, tudo embalado pelo pão de hambúrguer tradicional. Sem poder apelar para o apoio psicológico de Adrian, acabei melecando muito os dedos com o deslize entre o queijo e o molho de tomate da casa. Outro ponto fraco do lanche é que, ao ser empanado, o hambúrguer perde um pouco de seu frescor e de seu ~sangue~, diminuindo a graça do combate. 

Tirando isso, tudo certo: como seria de se esperar, sem Apollo Creed por perto, o Rocky é um grande lutador, com destaque para a boa combinação entre o molho e o queijo, uma combinação tão certeira quanto Eduardo & Mônica. Talvez não compense o crime, mas confesso que metade do problema foi o olho gordo crescendo pro lado do lanche da minha irmã. (Tenho um certo tipo de azar que sempre faz com que o lanche que ela peça seja melhor que o meu em um lugar que nós dois nunca fomos). Como o bom e velho Marty McFly, não é uma má ideia voltar no tempo outra vez em breve. 

PS: No fim da noite, ainda pedimos um crepe de chocolate e dois cafés, que vinham graciosamente acompanhados de uma moedinha de R$ 1 de chocolate, da Pan (fábrica de São Caetano que fica a meio quarteirão de distância da hamburgueria). 

Nota: 3,5 fatias de bacon

13 - Rocky, Let's Burger - São Caetano (3,5)

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