
Em 1997, com o clipe de
"Diário de Um Detento", e o disco
Sobrevivendo no Inferno, que além da já citada, contava com petardos como "Capítulo 4, Versículo 3" e "Fórmula Mágica da Paz", os Racionais MCs mostraram ao Brasil que era possível fazer rap na língua pátria. Marcados por um estilo que conquistava não só o público já habituado ao rap, mas também "os branquinho de shopping", contando histórias sobre drogas, prisões, roubos e preconceito, acabaram também, talvez inconscientemente, deixando a impressão na cultura do brasileiro médio que o estilo das rimas versáteis e batidas secas equivalia a narrar apenas histórias de violência. Poucos não foram os rappers que lutaram contra essa ideal - e neles se insere Criolo, que em 2011 solta um álbum capaz de quebrar mais algumas barreiras para o gênero que nasceu nos EUA.
Nó na Orelha, produzido por Daniel Ganjaman, pode ser a pedra de toque para que muita gente passe a abrir seus ouvidos para o rap, sem lenço nem preconceito.