24 de fev. de 2014

Melhor Hambúrguer da Cidade: Na Garagem

- Oi moça, tudo bem? Me vê o cardápio?
- A gente não tem cardápio. É simples: um lanche com carne, um sem, batata frita e algumas opções de bebida.
- Ah, tá bom. Então um hambúrguer, uma batata e uma Coca.

A cena acima é o meu diálogo inicial com a garçonete do Na Garagem, uma charmosíssima hamburgueria que abriu há coisa de uns cinco meses numa travessinha da Pedroso de Moraes (perto do Metrô Faria Lima, em Pinheiros, o que é uma mão na roda para hamburgófilos famintos e sem carro). Poderia ser apenas mais um diálogo qualquer, mas ele mostra uma filosofia interessante que começa a surgir em São Paulo (e que deve ser conferida em breve mais de perto por essa coluna): oferecer menos opções e apostar em uma infraestrutura pequena (na última foto deste post, é possível ver que cabem umas 10 pessoas no local) pode ser uma boa resposta para os preços cada vez mais altos de uma grande cidade sem deixar bons sabores de lado.

Enfim, deixando a filosofia mercantilista de lado e falando do que interessa, vamos à mesa. Como eu disse lá no começo, abri os trabalhos com um porção de batata frita, ou melhor: batata rústica (R$ 6), cortada em grossas fatias e bem frita com alecrim - à moda da Lanchonete da Cidade, mas melhor ainda. Vale destacar, entretanto, que a porção do Na Garagem é individual, uma raridade que, quando ausente, muitas vezes faz esta coluna não experimentar nada além do lanche.

Além de ser de bom tamanho, a porção chegou tão rápido que mal deu tempo de pensar entre o pagamento (dinheiro, cheque e débito) e a primeira mordida. Outro destaque: a Coca, normalmente encontrada por aí por R$ 5 a latinha, era R$ 3. Não é bom, mas é honesto. (Para quem gosta de cerveja, duas opções: Heineken ou a Mula IPA, feita pela Cervejaria Nacional, que fica ali pertinho e já foi avaliada neste blog em 2012 - e merece uma revisita em breve, quem sabe - enquanto os naturais podem optar por suco orgânico).

Na sequência, o hambúrguer da casa (para todos os efeitos, ele é um X-Salada sem alface). Vamos por partes: primeiro, o molho de cenoura e mandioquinha que substitui ousadamente a tradicional maionese. A ideia foi boa - e eu adoro mandioquinha - mas a proposta não rendeu tão bem quanto o esperado. Embaixo dela, boas rodelas de cebola roxa, dando um tom picante para o conjunto, que ainda tinha tomate e queijo prato. A carne, como é de se esperar em um bom búrguer, era o ponto alto do lanche, selada por fora e vermelha por dentro, embora tenha vindo ligeiramente mais passada do que este escritor gosta. No saldo geral, um lanche que impressiona por sua proposta alternativa (que esbarra no gourmet, sem ser pedante) mais do que por seu sabor, mas ainda assim vale os R$ 3,00 da passagem do metrô. Além do que, é muito legal a existência de uma hamburgueria que poderia adotar como tema sonoro uma música do Weezer. 

Nota: 3,75 fatias de bacon

Ranking MHC Pergunte ao Pop:

1 - Sujinho Pic Burger Maionese, Hamburgueria do Sujinho - Consolação (5)
2 - X-Maionese, Hamburgueria do Sujinho - Consolação (4,8)

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