Que Isso Fique Entre Nós, do cantor paulistano Pélico, é um disco curioso ao unir a sofisticação e a dor elegante da música brasileira pré-bossa nova - vale ver a versão feita pelo músico para "No Rancho Fundo" - com o brega de rádio AM dos anos 70, resultando em um dos trabalhos mais admiráveis de 2011.
A maioria de suas dezesseis faixas são canções de (des)amor, com pessoas em busca de redenção ("Vamo Tentá", com um refrão poderosíssimo), lidando com segredos ("Que Isso Fique Entre Nós") e imperfeições ("Não Éramos Tão Assim"), sentindo saudades ("Levarei") e se perdendo entre pecados e perdões ("Recado"), resultando num painel sentimental tocante.
O único porém, entretanto, é a extensão do álbum, de maneira que uma pérola passa desapercebida no final do disco: a bonita balada "O Menino", com a cara dos souls que Antonio Marcos compunha para Roberto Carlos lá no início dos anos 70, e ao menos um verso pra ficar guardado: "A inocência é um barco que nunca volta ao cais".
PS: Pra quem quiser conferir o som do artista, ele faz no dia 30, às 21 horas, no SESC Ipiranga, uma apresentação do disco, com a participação de Filipe Catto.
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