13 de abr. de 2014

Lollapalooza 2014 ou Geraldo Vandré Estava Errado

Foram dois dias de festival, mas pareceu muito mais: no ano em que o País promete entrar em situação de caos com Copa e eleições, o Lollapalooza ofereceu a seus 140 mil espectadores alguns momentos de paz. É preciso dizer, mais uma vez: os R$ 540 pagos por quem quis ir aos dois dias de festival, sem contar as taxas de inconveniência, podem ser considerados abusivos em um País cujo salário mínimo é de R$ 724 — um dado que precisa ser levado em conta na discussão sobre a efetividade do Brasil ter entrado de fato na rota de shows internacionais. (em tempo: a versão americana do Lollapalooza, em agosto, tem três dias e custará R$ 500; admirado pela crítica, o espanhol Primavera Sound, em maio, tem três dias de festival e programação extra que se estende por uma semana por R$ 594). 

Entretanto, é preciso se ressaltar que, em 2014, este Lollapalooza se pôs alguns degraus acima de seus concorrentes nacionais, tanto pela qualidade do evento (pouquíssimas filas, boa comida, localização e organização inteligente - a volta para casa no domingo, mesmo com grande parte do público saindo junto, não foi caótica) quanto pela escalação competente, que mesclou veteranos com nomes populares e novidades com alguns dos melhores shows em atividade hoje em dia no mundo, criando um modelo que tem tudo para se sustentar com sucesso pelos próximos anos. Como diria Geraldo Vandré, “a vida não se resume em festivais”. Mas bem que poderia.

Meu relato sobre o Lollapalooza 2014 acaba desse jeito - mas a aventura dos dois dias em Interlagos, com shows que vão ficar pra sempre no coração (e outros para serem eternamente citados na lista de "o que caralhos eu estava fazendo ali mesmo?) saiu no Scream & Yell na semana passada (e eu só tive tempo de parar para divulgá-lo por aqui agora). Além do meu texto, o post tem as lindas fotos da Liliane Callegari, como essa daí de cima, e uma votação com mais 14 jornalistas escolhendo os melhores shows do festival. Que venha 2015. 

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