Les Pops - Quero Ser Cool
Cowboy Junkies - Demons"I had seventeen dollars in my wallet. Seventeen dollars and the fear of writing. I sat erect before the typewriter and blew on my fingers. I started to write and I wrote." (John Fante)
Les Pops - Quero Ser Cool
Cowboy Junkies - Demons
Certa vez, o poeta Manuel Bandeira se declarou um "poeta menor", por tratar de assuntos que seriam ligados ao detalhamento, ao humilde, às coisas banais do cotidiano. Em oposição, ele estabelecia que poetas maiores seriam Camões, Gonçalves Dias, Drummond, que tinham como projeto poético engrandecer a pátria, a nação, fazer versos engajados politicamente. Entretanto, valorizando essa sua característica mais íntima, Bandeira acabou por construir uma obra "universal", de força e atemporalidade muito maior que seus dois colegas de modernismo, Mário e Oswald de Andrade. A menção a Bandeira aqui se faz necessária para se chamar a atenção para uma característica interessante reavivada nos últimos anos no cenário musical brasileiro: a da valorização de visões peculiares e individuais do mundo. É uma tendência que, apesar de não ser nova, ganha força a cada ano que passa - e pode ser muito interessante como marca artística da geração "anos 00".
Se um show pudesse se resumir a apenas uma palavra, a que definiria a apresentação dos paranaenses do Nevilton no SESC Vila Mariana no último dia 17 poderia ser intensidade. Quem ali estava presente - e superou as condições espaço-temporais desfavoráveis, como o trânsito caótico da cidade em uma quinta-feira chuvosa - viu um espetáculo em que ao mesmo tempo era possível rir, se emocionar, ficar de boca aberta ou dançar (de pé ou sentado).



Gostar de um filme (ou não) muitas vezes é algo mais relacionado com a expectativa que se tem sobre ele do que exatamente sobre o próprio filme. Quantas vezes já não fomos arrebatados por filmes totalmente despretensiosos - os "independentes" americanos costumam ser um bom exemplo disso - ou saímos achando que perdemos duas horas de nossas vidas em cima de um grande hype? Ou algo como aquele filme fantástico que o seu amigo falou e você não achou graça em nada? É mais ou menos nessa atmosfera nebulosa de ansiedade e entrega que se encontra Um Lugar Qualquer, o novo filme da primeira-filha-de-Hollywood, Sofia Coppola.