Pense rápido: há quanto tempo você não compra um CD ou um vinil? Mais: há quanto tempo você não vai a uma loja de discos e passa algum tempo lá descobrindo as novidades ou fuçando clássicos perdidos? Posso apostar que deve fazer pelo menos mais de um mês - quem sabe, mais até de um ano, não é mesmo? E mais: se você for um grande fã de música, você até deve sentir falta desses lugares, onde você conheceu muitas das bandas da sua vida, não?
Ok, a gente sabe que isso não é culpa sua. Afinal, nos últimos vinte anos, com o surgimento das compras online e do compartilhamento de arquivos pela internet, muita gente deixou de comprar música em uma loja - o que não é necessariamente um negócio mau, vamos concordar. Entretanto, isso levou a um declínio tanto comercial quanto, vá lá, existencial, das record stores, aqueles lugares onde pessoas tão malucas quanto o Rob Fleming (sempre ele) se encontravam para procurar edições japonesas de discos do Captain Beefheart ou discutir o show da próxima semana na cidade.
É nesse cenário que, em 2007, diversas lojas independentes (isso é, fora das grandes redes de varejo) de disco dos Estados Unidos criaram o Record Store Day. Celebrada sempre no terceiro sábado de abril, a data tem como objetivo reviver os dias de glória desses lugares tão importantes para a música pop. Vou me abster de explicar isso passando a palavra pro Jeff Tweedy: "Minha iniciação a toda a música boa e ao negócio da música veio de passear, e eventualmente, trabalhar em lojas de discos. Nada supera a sensação de fuçar sua loja favorita, ouvir música, encontrar algo novo ou um disco velho que você sempre procurou. Sei lá. Acho que sem essas lojas, o Wilco não estaria aqui hoje".
Enfim: nesse sábado, dia 20, rola o Record Store Day 2013. Tendo como patrono Jack White, o dia reserva duas coisas bem bacanas ao redor do mundo: muitas lojas organizam eventos diferentes, chamando artistas para virem às lojas, seja para fazer recomendações ou pequenos shows, e muitas bandas e cantores lançam edições especiais de álbuns e singles, como que a fim de dar um incentivo para a brincadeira toda. Não importa em que parte do mundo você esteja - vale a pena dar uma fuçada na programação completa no site oficial do evento, o recordstoreday.com. Além disso, fique atento pelos seus sites favoritos: no Scream & Yell, por exemplo, tem aberto o link para o download de um EP novo do Giancarlo Rufatto (a quem eu entrevistei em 2011), com um cover lo-fi de "Quase", valsa pop torta do Pato Fu.
Só para vocês terem noção de como é legal, aproveito a ocasião para mostrar uma reportagem minha (feita pra faculdade, então perdoem a ~tosquice~) no Record Store Day do ano passado, quando eu fui até à Livraria Cultura do Conjunto Nacional curtir o dia por lá. Aperte o play e venha comigo:
Só para vocês terem noção de como é legal, aproveito a ocasião para mostrar uma reportagem minha (feita pra faculdade, então perdoem a ~tosquice~) no Record Store Day do ano passado, quando eu fui até à Livraria Cultura do Conjunto Nacional curtir o dia por lá. Aperte o play e venha comigo:
O grande problema do Record Store Day, para nós. Nos EUA e Europa, a cada ano o evento cresce e se consolida. Mas no Brasil é, na verdade, um evento 'fake', uma feirinha de discos como outra qualquer. O grande mote do evento, que são os 'special releases', os inúmeros lançamentos feitos especialmente para a data, que você só ira encontrar no RSD, diretamente nos balcões das lojas participantes e, depois disso, só recorrendo a sites de leilões a preços absurdos, infelizmente nunca chegam por aqui. Mesmo as tais lojas participantes, não têm acesso aos referidos lançamentos.
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