16 de fev. de 2012

G.R.E.S.


Mesmo que você pertença ao bloco do "Carnaval, Sai Pra Lá!", como o Pato Fu (vide aqui "G.R.E.S.", música que está no primeiro (e louco) disco da banda mineira, Rotomusic de Liquidificapum), dê uma atenção a esta pequena lista dos meus sambas-enredo favoritos. Como toda lista, ela é pra lá de pessoal - e tem curiosidades bizarras. Graças ao acervo do grooveshark, tive que deixar de fora "Memórias de um Sargento de Milícias", samba de Paulinho da Viola que deu o título à Portela no carnaval de 1966.

De Avenida e Sambódromo by Bruno Capelas on Grooveshark 

Aperta o play aí e vai ouvindo.

São os sambas: 

O Mundo Melhor de Pixinguinha - Portela - 1974
Exaltação a Tiradentes - Império Serrano - 1949
É Hoje - União da Ilha do Governador - 1981
Bum-bum Paticumbum Prurugundum - Império Serrano - 1982
A Festa do Círio de Nazaré - Unidos de São Carlos - 1975
Peguei um Ita no Norte - Salgueiro - 1993
Os Sertões - Em Cima da Hora - 1976
Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! - Imperatriz Leopoldinense - 1989
Sonhar Não Custa Nada! Ou Quase Nada... - Mocidade Independente de Padre Miguel - 1992
Lenda das Sereias, Rainha do Mar - Império Serrano - 1976
Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia - Beija-Flor - 1989
Aquarela Brasileira - Império Serrano - 1964

Como toda boa lista de sambas-enredo tem uma meia dúzia de exaltações a alguma coisa e temas históricos (até meados dos anos 70, não se faziam desfiles com temas que não fossem brasileiros): desde Tiradentes, passando por Canudos, chegando no Círio de Nazaré. Tem louvoures ao carnaval ("É Hoje") e críticas à modernização da festa profana ("Bum-bum Paticumbum Prurugundum", talvez a melhor letra da lista).Além disso, tem refrões que foram para além do sambódromo, invadindo estádios de futebol e festas em geral ("Peguei um Ita no Norte", pra quem não sabe, é aquele do famoso "explore coração/na maior felicidade/é lindo o meu Salgueiro/contagiando e sacudindo essa cidade").

Gosto muito da homenagem a Pixinguinha que a Portela fez em 74, e vale destacar ainda a beleza do sonho da Mocidade de 1992. Deixar de fora "Aquarela Brasileira", de Silas de Oliveira, seria um crime, mas preciso destacar meu desfile favorito - e considerado por muitos o maior de todos os tempos: "Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia", feito pela Beija-Flor em 1989. Nele, Joãozinho Trinta propôs um desfile cheio de lixo, como resposta aos críticos de seu carnaval luxuoso, cheio de brilho e cores. O destaque é um Cristo Redentor no meio de uma favela - que, censurado a pedidos da Igreja Católica, foi coberto com sacos de lixo e a inscrição: "Mesmo proibido, olhai por nós". Até hoje me arrepio quando vejo a cena - vale a pena ver o desfile na íntegra (o link segue apenas para a Parte 1). 

Um comentário:

  1. A lista é muito boa, vai contra muitas outras listas e é bastante interessante. Eu, EU tiraria o Ratos e Urubus e colocaria o Festa Profana, que pra mim é o maior samba-enredo de todos os tempos - Aquarela Brasileira é o mais bonito, de fato, mas vejo no Festa Profana um samba com tudo o que carnaval pode proporcionar. E o Ratos e Urubus ficou marcado pelo desfile... ao meu ver, se o desfile não fosse tão espetacular quanto foi, talvez o samba não fosse tão lembrado, também. O importante é que é carnaval !

    ResponderExcluir