21 de fev. de 2012

A Paradona da Mangueira

Vou me juntar ao coro dos óbvios: mas que coisa sensacional essa Paradona da Mangueira. Se você não sabe do que eu tô falando, estava em Marte ou festejou dignamente o seu carnaval, dá uma olhada nesse vídeo abaixo.



A paradinha em si não é uma coisa nova no carnaval. Na verdade, é uma ideia que tem mais de cinquenta anos. Coisa que começou com a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel e o Mestre André. Abaixo, confira um minidocumentário sobre ele:



Se por um lado ela é um sucesso de público, por outro pode ser um fracasso na crítica: muitas escolas não fazem a brincadeira porque ela gera o risco de se atravessar o ritmo do samba, criando um desencontro entre a bateria, os cantores e o ritmo da escola na avenida.

Em 97, a Unidos do Viradouro (escola de Niterói que desfila no Rio de Janeiro) foi além, e criou a deliciosa Paradinha funk - não precisa nem explicar como é que funciona, né?


Em 2012, a Mangueira foi além. E mais do que isso, ela trouxe uma coisa bem interessante pra se pensar. Normalmente, as baterias são admiradas pela força de seu som -  apelidos como "A Furiosa" (Salgueiro), "Ritmo Feroz" (Unidos do Porto da Pedra) e "Explosiva" (Renascer de Jacarepaguá) são prova disso. Com a "Paradona", a Mangueira inverte essa lógica: é o silêncio da bateria que cria o momento mais contagiante, deixando o povo cantar sozinho.

Pode não ganhar o carnaval - a apuração acontece amanhã à tarde - mas é o o ponto mais marcante dos últimos anos do "maior show da Terra".

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