27 de mar. de 2013

Para-Lá-Tim-Bum: Barcelona, parte 1












Barcelona sempre foi, desde pequeno, uma palavra muito presente no meu imaginário. Parte por culpa do time de futebol, que em 1996 contratou o meu primeiro grande ídolo, o Giovanni (aquele que deveria ter sido campeão brasileiro mas o Márcio Rezende de Freitas não deixou), parte porque há em São Caetano um bairro com o mesmo nome da capital da Catalunha, onde eu estudei, tive minhas primeiras aulas de violão e até hoje corto o cabelo. 


Talvez seja por isso que, assim que eu botei os pés pra fora da estação Passeig de Grácia no último domingo, de certa maneira, eu tenha me sentido relativamente em casa. Apesar de ser uma cidade grande (e lotada de turistas, como algumas fotos que eu tirei tentam mostrar), Barcelona é, pelo menos até agora, um lugar capaz de se moldar à medida daqueles que chegam nela. 

Em outras palavras: mesmo com toda a confusão cultural (a começar pelas línguas: se em Madri eu não sabia se falava em espanhol ou em inglês, adicione ao caldeirão o catalão, essa mistura de castelhano com francês e gês, us e tês aleatórios), é possível enxergar aqui um pouco da identidade da cidade e um pouco como essa identidade se transforma com cada um que passa por ela (e leva um pouco dela consigo). Acho que eu consigo explicar isso melhor depois... 

Até agora, quis dar conta de ver aqueles passeios tidos como "obrigatórios" por qualquer guia turístico de esquina. Ou seja: Gaudí. Na segunda à tarde (Sagrada Família) e na terça de manhã (Parc Guell), deu pra tentar entender um pouco melhor porque o arquiteto catalão é considerado tão foda - a igreja que é um eterno canteiro de obras é um livro aberto cheio de significados pra quem quiser entender como fazer um prédio pode refletir toda uma cultura. Entretanto, algo que eu ignorava, mas que faz todo sentido depois de ver a Sagrada Família é a religiosidade extrema do cara: só mesmo um católico fervoroso conseguiria conceber algo com tantos símbolos juntos sem soar exagerado. 

Como bom fã de esporte, mesmo há muito desapegado de acompanhar os campeonatos como eu fazia quando era pequenino de pé no chão, uma parte de mim me mandava ir até o Camp Nou para conhecer as instalações do Barcelona e saber se o Neymar vai ficar bem acolhido quando vier pra cá (porque né). 

Camp Noa
Acompanhado da Carol (te co que <3), foi bacana passear pelo museu do clube e entender a) o quanto ele é importante para a campanha da independência da Catalunha b) como o time se tornou o que é apenas nos últimos vinte anos, ganhando troféus com a ajuda de brasileiros como Romário, Ronaldo Fofônemo e... Daniel Alves? É. (Mas, tour por tour, gostei mais do pelo Santiago Bernabéu, que mostrava mais sobre a intimidade do estádio e o cotidiano das partidas). 

No mais, vou colhendo impressões e mais impressões da cidade, todas elas se chocando e se misturando ainda na cabeça, sendo difícil chegar a uma conclusão. #vamosacompanhar.

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